sábado, 9 de dezembro de 2006

Simplex? Não me façam rir.

Marido e mulher entram na Loja do Cidadão.

Ele trata da renovação do Bilhete de Identidade: duas fotos, 7,50 euros. Dez minutos. "Está pronto daqui a três dias úteis".

Ela vai pedir uma 2.ª via do cartão de contribuinte: 8,90 euros. "O cartão será enviado para a residência daqui a três ou quatro semanas".

E anda o Governo a apregoar o "Simplex".
Não me façam rir.

A minha equipa joga na Figueira da Foz


Naval-Académica, domingo, às 11h00.
Logo que possível, como habitualmente, terá aqui informações detalhadas.

Pergunta do dia

Já leu o livro de que toda a gente fala?

(Tempo médio de leitura: 2h30. Melhor preço: FNAC)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Triste país

Pela quarta vez no espaço de dois dias, a energia eléctrica acaba de falhar.
Nas estradas, os buracos voltaram, alguns autênticas crateras.
Digam os "políticos de serviço" aquilo que disserem, a verdade é que o Portugal de hoje está cada vez mais parecido com o Portugal da crise dos anos 80.
(E não será possível correr com esta gente que anda alegadamente a governar a "coisa pública" nos últimos 30 anos - e que são sempre os mesmos, com a mesma linguagem e as mesmas ideias?)

Amanhã à tarde

(Clique na imagem para ampliar)

Balanço de meia época

O campeonato da minha equipa: curiosidades, números e opiniões

Eis alguns dados (estatísticos e não só) sobre a época que a minha equipa realizou até ao final da 1.ª volta do campeonato.

PRÉ-ÉPOCA
Início dos treinos: 7 de Agosto

Jogos-treino:
13/8 AAC-Vigor 3-1
19/8 AAC-U. Leiria 2-2
26/8 Beira Mar-AAC 1-1
27/8 Vigor-AAC 2-1
30/8 U. Leiria-AAC 0-4
2/9 AAC-Benfica C. Branco 2-0
9/9 Benfica C- Branco-AAC 0-5

CAMPEONATO
Início do campeonato: 17 de Setembro

Resultados (1.ª volta):

1.ª jornada (17/9/2006)
Repesenses-U. Coimbra 1-0
Leixões-Cinfães 3-1
Académica-Naval 3-1
Pasteleira-Boavista 1-0
Feirense-FC Porto 2-4

2.ª jornada (24/9)
U. Coimbra-Feirense 1-3
Cinfães-Repesenses 2-1
Naval-Leixões 0-1
Boavista-Académica 2-1
Sanjoanense-Pasteleira 0-0

3.ª jornada (1/10)
U. Coimbra-Cinfães 4-3
Repesenses-Naval 5-3
Leixões-Boavista 1-1
Académica-Sanjoanense 2-1
Pasteleira-FC Porto 0-4

4.ª jornada (5/10)
Cinfães-Feirense 1-3
Naval-U. Coimbra 0-0
Boavista-Repesenses 4-1
Sanjoanense-Leixões 0-2
FC Porto-Académica 2-1

5.ª jornada (8/10)
Cinfães-Naval 1-4
U. Coimbra-Boavista 1-2
Repesenses-Sanjoanense 0- 2
Leixões-FC Porto 2- 4
Feirense-Pasteleira 2-1

6.ª jornada (15/10)
Naval-Feirense 1-0
Boavista-Cinfães 3-0
Sanjoanense-U. Coimbra 1-0
FC Porto-Repesenses 2-0
Pasteleira-Académica 2- 0

7.ª jornada (5/11)
Naval-Boavista 2-4
Cinfães-Sanjoanense 1-4
U. Coimbra-FC Porto 1-1
Leixões-Pasteleira 4-2
Feirense-Académica 3-4

8.ª jornada (12/11)
Boavista-Feirense 2-2
Sanjoanense-Naval 1-0
FC Porto-Cinfães 14-0
Pasteleira-Repesenses 7-0
Académica-Leixões 0-0

9.ª jornada (19/11)
Boavista-Sanjoanense 1-0
Naval-FC Porto 1-2
U. Coimbra-Pasteleira 1-1
Repesenses-Académica 2-0
Feirense-Leixões 1-2

10.ª jornada (26/11)
Feirense-Sanjoanense 1-0
FC Porto-Boavista 3-2
Pasteleira-Cinfães 2-0
Académica-U. Coimbra 3-1
Leixões-Repesenses 0-0

11.ª jornada (2/12)
Sanjoanense-FC Porto 1-2
Naval-Pasteleira 0-2
Cinfães-Académica 0-4
U. Coimbra-Leixões 1-2
Repesenses-Feirense 0-0


CLASSIFICAÇÃO
no final da 1.ª volta

1. FC Porto .......... 28 .......... 9V 1E 0D - 38-10
2. Leixões ............ 21 .......... 6V 3E 1D - 17-10
3. Boavista .......... 20 .......... 6V 2E 2D - 21-12
4. Pasteleira ........ 17 ........... 5V 2E 3D - 18-11
5. Académica .. 16 ........ 5V 1E 4D - 18-14
6. Feirense .......... 14 .......... 4V 2E 4D - 17-16
7. Sanjoanense .... 13 ......... 4V 1E 5D - 10-9
8. Repesenses ...... 11 .......... 3V 2E 5D - 10-20
9. Naval ................. 7 .......... 2V 1E 7D - 12-19
10. U. Coimbra ...... 6 ......... 1V 3E 6D - 10-17
11. Cinfães ............. 3 .......... 1V 0E 9D - 9-42


CURIOSIDADES da minha equipa

A melhor exibição da época:
U. Leiria, 0 - Académica, 4 (jogo-treino, campo relvado)

Os melhores jogos do campeonato:
Boavista, 2 - Académica, 1 (campo relvado)
FC Porto, 2 - Académica, 1 (campo relvado)

A pior exibição:
Repesenses, 2 - Académica, 0 (campo de terra)

O jogo mais incaracterístico:
Cinfães, 0 - Académica, 4
(o resultado poderia ter sido 0-8, 0-1, 2-4, etc., etc.)

O melhor golo:
Fachada, no FC Porto-Académica (pontapé de 35 metros)

Penaltis contra: 1 (U. Coimbra, falhado)
Penaltis a favor: 3 (Feirense, U. Coimbra e Cinfães, todos concretizados)

O maior azar:
derrota contra o FC Porto, com 1-1 a 10 minutos do fim
(a seguir, a derrota com o Boavista, 1-2, depois do adversário estar a ganhar por 2-0 logo no início do jogo)

A maior sorte (e o jogo mais emocionante):
vitória frente ao Feirense

As vitórias da Académica: 4-0 (1 vez), 4-3 (1 vez), 3-1 (2 vezes) e 2-1 (1 vez)

A Académica marcou 4 golos por duas vezes: duas vitórias.
A Académica marcou 3 golos por duas vezes: duas vitórias.

As quatro derrotas da Académica foram por 2-1 (duas) e 2-0 (duas).
A Académica só sofreu 3 golos 1 vez, mas... ganhou.

Expulsões: 0
Expulsões de adversários: 2 (FC Porto e U. Coimbra, ambas por agressão)

2.ª volta:
A Académica vai disputar 6 jogos em casa e 4 fora. Destes, 2 são quase “em casa” (Naval e U. Coimbra). Deslocações “a sério” apenas duas: Sanjoanense e Leixões.


QUILÓMETROS percorridos

Beira Mar .... 110
U. Leiria (M. Grande) .... 190
Benfica C. Branco .... 320
Boavista (Matosinhos) .... 254
FC Porto (Olival) .... 224
Pasteleira (Matosinhos) .... 252
Feirense .... 182
Repesenses .... 166
Cinfães .... 324
Total: 2.022 km


CURIOSIDADES do campeonato

Equipas que na 2.ª volta vão jogar 6 jogos em casa: Académica e FC Porto.
Equipas que na 2.ª volta vão jogar 5 jogos em casa: Sanjoanense, Repesenses, Leixões, Cinfães, Pasteleira, Boavista e Feirense.
Equipas que na 2.ª volta vão jogar 4 jogos em casa: U. Coimbra e Naval.

Melhor ataque: FC Porto – 38 (Académica tem o 4.º melhor ataque, com 18)
Melhor defesa: Sanjoanense – 9 (Académica tem a 6.ª melhor defesa, com 14)

Pior ataque: Cinfães - 9
Pior defesa: Cinfães - 42

O FC Porto sofreu 10 golos e não tem qualquer derrota.
A Sanjoanense sofreu 9 golos e tem 5 derrotas!
O Repesenses sofreu 20 golos e tem também 5 derrotas!

O Leixões marcou 17 golos e tem 21 pontos.
A Académica marcou 18 golos e tem 16 pontos.

O Cinfães marcou 9 golos e tem 3 pontos.
A Sanjoanense marcou 10 golos e tem 13 pontos!

Praticamente um terço da 2.ª volta (3 jogos) vai disputar-se em 10 dias (!!!), ainda antes do Natal: Naval (fora, no dia 10), Boavista (em casa, no dia 17) e Sanjoanense (fora, dia 20).

OPINIÃO

Como é óbvio, não vou fazer qualquer apreciação em termos individuais, nem quanto a opções tácticas.

Em termos colectivos, a equipa tem demonstrado um rendimento médio muito apreciável.
Houve oscilações de rendimento, mas as oscilações são naturais ao longo da época, quer em termos individuais quer em termos colectivos; não há nenhuma equipa, nem nenhum jogador, que consiga jogar sempre no mesmo plano – sobretudo, num plano elevado.

Futebolisticamente, os jogos com Boavista e FC Porto, ambos no campo do adversário, provaram que a equipa sabe jogar. Mais: sabe estar em campo. No jogo com o FC Porto a postura táctica mereceu “20 valores”. Excelente!

Por vezes, o “factor sorte” também é decisivo, sobretudo quando o valor das equipas é muito semelhante. A minha equipa teve azar nos jogos com Boavista e FC Porto, mas esse prejuízo como que foi compensado com a sorte no jogo com o Feirense. As contas estão acertadas, portanto.

O factor psicológico é cada vez mais importante na competição desportiva. Vai depender muito do grau de confiança a carreira da equipa na 2.ª volta do campeonato.
Mas já se viu que a equipa é capaz de acreditar e vencer as adversidades. A resposta mais forte foi dada no jogo com o Feirense: a vencer por 2-1, a equipa viu-se a perder por 3-2 na 2.ª parte e foi capaz de chegar à vitória por 4-3, no terreno do adversário! Melhor era imposssível.

O calendário é favorável, a equipa sabe jogar e permanece invicta em casa, onde vai disputar 6 dos 10 jogos da 2.ª volta.
Tudo está em aberto. E pelo que já demonstrou, a minha equipa tem todas as condições para alcançar os objectivos. Só é necessário acreditar, para... ser feliz!

Bom tempo em Chipre

Coimbra: medicamentos mais caros

Segundo o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), Leiria é o distrito onde o preço dos medicamentos mais desceu (menos 0,7%) desde que são vendidos fora das farmácias. Ao contrário de Coimbra, onde se registou a maior subida de preços (3%).

Existem actualmente 284 locais – as chamadas parafarmácias – onde é possível comprar medicamentos não sujeitos a receita médica. O distrito com mais lojas a funcionar é o de Lisboa, com 64, seguido do Porto (43).

(in "Correio da Manhã")

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Lisboa outra

Fui a Lisboa.
Não passei de Chelas.
A capital, olhada dali, junto ao rio, com micro-quintais e um rebanho a pastar, parece apenas uma aldeia grande.
Se "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem", em Chelas, paredes-meias com o aeroporto e com a 2.ª Circular, já nada há de Portugal.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Académica: um passado com futuro


josé belo, presidente do núcleo de veteranos, aponta sete caminhos
Perda de identidade
Jurista, ex-defesa da Académica e actual presidente do Núcleo de Veteranos, José Belo revelou-se ontem «preocupado» com o actual momento da Académica, enquanto instituição. «Têm faltado ideias, coesão académica, mobilização e sentido de futuro, sobrando, em sentido contrário, situações polémicas e incómodas para uma instituição centenária», frisa, aludindo também a «um sentimento que medra de que a Académica começa a ser gerida por pessoas com algum afastamento da sua cultura e princípios nucleares, numa subordinação cega à nova máquina da indústria do futebol».

Para José Belo, o futuro da Académica passa pela definição de sete pressupostos, o primeiro do qual «a valorização da memória da Instituição», ou seja o «respeito pelo ADN» da Briosa. O segundo pressuposto de futuro é «o enquadramento da Briosa na Liga profissional», resistindo ao «mercantilismo puro e duro». «Não podemos alienar a dimensão social onde cimentámos a nossa diferença», sublinha. O terceiro ponto é a «defesa intransigente dos interesses da Briosa», assente nos «valores» que lhe moldam uma «singular identidade». O quarto é cuidar da «situação económico-financeira, agravada ano após ano», mostrando-se preocupado com o risco de «definhamento». O quinto ponto é a redefinição da política desportiva. Actualmente considera, com um «orçamento gordo» mas com «pouca habilidade», mormente na «contratação de jogadores por atacado» e na pouca aposta na «formação». O sexto pilar de futuro é acabar com os «maus exemplos» num futebol em crise de credibilidade e «marcar a diferença» junto da opinião pública. Por último, a «mobilização dos devotos e simpatizantes», através da «definição de objectivos, de estratégia e adopção de boas práticas».

Preocupado com o «cinzentismo» que diz invadir a instituição, José Belo considera que «a Académica não tem hoje em dia uma perspectiva exaltante, nem em dimensão social, nem desportiva nem sócio-desportiva». Alertando para a «contínua diluição de identidade», José Belo sublinha que a Briosa tem «um passado que é maior do que o presente», pelo que chegou a hora de, «com orgulho no passado, falar do futuro com dignidade, com modernidade, com esperança, com sentido académico».

sansão coelho

(in "A Bola" de hoje)

PS - Antes de publicar este texto telefonei ao Dr. José Belo. A dar-lhe os parabéns, naturalmente. É sempre consolador ver alguém como ele, que vestiu a camisola preta e concluiu a formação universitária enquanto jogava à bola, defender os VALORES que desde sempre me levam a olhar para a Briosa com um grande respeito.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Blogue com "pinta"

O "Diário de um quiosque" é um dos meus destinos diários.
É um blogue original, bem escrito e... bem disposto.
O último texto lá publicado provoca umas boas gargalhadas.
Fica o convite. Aqui.

Portugal, 3/12/2006

(clique na imagem para ampliar)

Fotos de um jogo em Cinfães

domingo, 3 de dezembro de 2006

Augusto Nunes Pereira


Mata (Fajão), 3/12/1906 – Coimbra, 1/6/2001


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O “meu padre”


Não é fácil – mas, ao mesmo tempo, não é difícil – escrever sobre o padre Augusto Nunes Pereira.

Não é difícil porque vivi largos anos na pobre paróquia de que era responsável, a de S. Bartolomeu, em Coimbra. Conheci-o bem e ele também me conhecia. Foi ele que me baptizou, deu a primeira comunhão, presidiu à celebração da “profissão de fé”, esteve presente no Crisma e, mais tarde, teve a gentileza de se deslocar a Castanheira de Pêra, do “outro lado” da serra da Lousã, para estar no meu casamento. No plano afectivo, era uma pessoa da família.

Foi ele, também, o primeiro chefe de Redacção que conheci, no cubículo apertado onde se delineava o “Correio de Coimbra” – ele, o cónego Urbano Duarte e a escritora Maria Espiñal foram os meus primeiros “modelos vivos” de jornalista.

Por tudo isto, é muito fácil escrever sobre o padre Nunes Pereira – e permitam-me que assim o refira, porque foram estes os vocábulos que mais utilizei para comunicar com ele. (Nos últimos anos, quando o encontrava, tratava-o por monsenhor, mas achei sempre que era uma palavra que não se coadunava com a sua personalidade. Monsenhor parece transmitir um certo “estatuto” de diferença – e o padre Nunes Pereira foi sempre um homem simples e humilde, pobre entre os pobres, ignorado entre os ignorados da vida.)

Não é difícil escrever sobre o padre Nunes Pereira. Poderia recordar a azáfama tranquila com que preparou a primeira exposição na galeria de “O Primeiro de Janeiro”, a dois passos da sua igreja. Ou recordar como justificou os valores tão baixos que atribuiu às peças que iria mostrar: “Não estás a ver? Estão assinadas ‘NP’. Sabes o que quer dizer?... Que não prestam!”. O excesso de humildade.
Ou lembrar as tertúlias, em que nunca participei, n’”A Brasileira”, também ali ao lado, que olhava deslumbrado da porta do café. Ou a distribuição de leite e queijo oferecidos por Cáritas internacionais, que ele e a irmã, a D. Maria Adelaide, distribuíam nos anos 60 pela gente mais carenciada da paróquia – quase todos.

Tantas, tantas recordações... Como a daquela manhã de sábado, já ele vivia na casa de madeira pré-fabricada, junto à ponte da Portela, em que alguns amigos lhe foram levar um gravador de video, comprado entre todos, para que pudesse registar o programa/entrevista que nessa tarde a RTP2 iria transmitir.

Estive com ele menos de uma semana antes de morrer. Não sei ainda hoje porquê, naquela tarde de sábado decidi pegar no carro e ir a Montemor-o-Velho, assistir à inauguração da exposição de trabalhos do padre Nunes Pereira. Foi a última. E também ainda hoje não consigo explicar a “febre” que senti e que me levou na altura a tirar umas boas dezenas de fotografias. São as últimas.

Não seria difícil lembrar tantos outros episódios. Mas a verdade é que continua a ser muito difícil escrever sobre o padre Nunes Pereira e recordar que ficou por cumprir um pedido que tantas vezes fez: “Quando é que vamos a Fajão, para conheceres a casa-museu?”. – Um dia destes, padre Nunes Pereira – respondia-lhe mecanicamente, convencido que, mais dia menos dia, faríamos a viagem.
Ficou por fazer.

Acompanha-me essa mágoa.
No entanto, a maior dificuldade em escrever sobre o padre Augusto Nunes Pereira são estas lágrimas teimosas que toldam a visão e dificultam o encontrar das teclas.
(texto publicado na edição de Dezembro de 2006
do "Mensageiro de Santo António")


Dedicatória-assinatura num desenho


A última exposição