quinta-feira, 19 de outubro de 2006
As horas do Rivoli
Um grupo de cidadãos resolveu entrincheirar-se, durante alguns dias, dentro do Teatro Rivoli, no Porto.
Hoje, às 6 da manhã, a PSP terminou com a ocupação, desalojou os manifestantes e levou-os para a esquadra. Amanhã comparecerão em tribunal.
Há pouco, na TSF, um desses cidadãos entrincheirados lamentava o facto da polícia ter acabado com o protesto a uma hora em que não havia ninguém para ver.
Tentemos adivinhar qual seria a "melhor hora" para o referido entrincheirado...
Quer-me parecer que haveria duas "horas boas": as 13h00 e as 20h00. O horário dos telejornais.
Hoje, às 6 da manhã, a PSP terminou com a ocupação, desalojou os manifestantes e levou-os para a esquadra. Amanhã comparecerão em tribunal.
Há pouco, na TSF, um desses cidadãos entrincheirados lamentava o facto da polícia ter acabado com o protesto a uma hora em que não havia ninguém para ver.
Tentemos adivinhar qual seria a "melhor hora" para o referido entrincheirado...
Quer-me parecer que haveria duas "horas boas": as 13h00 e as 20h00. O horário dos telejornais.
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
Os blogues e os jornais
Há pouco mais de 10 anos, o “Jornal de Notícias” enviou-me durante quase duas semanas para Paris, para fazer a reportagem do referendo (e do debate quente que existia na sociedade francesa) sobre o Tratado de Maastricht.
Foi uma experiência enriquecedora. Mas... com muitas dificuldades. Ainda não havia telemóveis, não havia computadores portáteis. Fui com a máquina de escrever, batia os textos, pedia na recepção do hotel que enviassem o fax para o jornal e, à hora combinada, tinha de telefonar para saber se “o material” chegara em condições.
Hoje, é tudo diferente. Em qualquer lado há “rede”, chega-se com o portátil, escreve-se e envia-se. E se há qualquer problema, pega-se no telemóvel e esclarece-se o assunto de imediato.
O Mundo mudou muito nestes últimos anos. Hoje, o correio electrónico é indispensável. Na revista onde trabalho, as colaborações já chegam todas – à excepção de uma – por via electrónica; os textos e as fotos. Muito do “expediente comercial” também já circula por esta via: até, mesmo, alguns pagamentos.
Ou seja, no planeamento do dia de trabalho há que considerar uma fatia de tempo para os assuntos da Net; e, de preferência, há que estar constantemente ligado, para poder responder com prontidão a qualquer pergunta. Não há que discutir: hoje, as coisas são assim; são diferentes.
No entanto, os jornais – quase todos com as tiragens em queda – ainda não entenderam verdadeiramente o que está a acontecer. Olham de soslaio para a Net e, por arrastamento, para os seus conteúdos.
Actualmente, o cidadão que quer estar informado tem necessariamente de recorrer à Net. E dentro desta tem de reservar algum dos seu tempo para olhar (pelo menos, olhar) os blogues.
Cá por Coimbra, há alguns blogues que são de leitura quase obrigatória – e que vão suscitando um interesse cada vez maior, se olharmos ao número de visitas e de comentários que os leitores lá deixam.
Trago hoje aqui quatro “links”. “O Piolho da Solum”, um blogue bem disposto, faz diariamente, logo pela manhã, um resumo do noticiário do dia, comenta assuntos de interesse da comunidade e, de vez em quando, mostra fotografias de Coimbra antiga. E, pelo meio, há muita brincadeira e textos que nos fazem sorrir.
No “Política & House”, um blogue que dá muita atenção às questões internas do Partido Socialista, vão aparecendo textos – mais ou menos mordazes – sobre assuntos da cidade e do país. Nos últimos tempos, têm estado a ser publicados os rendimentos de alguns titulares de cargos políticos da região, com base nas declarações entregues no Tribunal Constitucional.
Crítico da actual direcção da Académica/OAF, o blogue “Pardalitos do Choupal” informa exaustivamente sobre o futebol da Briosa e a Académica em geral, divulga o calendário de jogos do fim-de-semana, informa sobre os resultados de todas as equipas e relata alguns jogos minuto-a-minuto, como ainda sucedeu no domingo. Depois, e por entre muita polémica estéril, surgem volta e meia textos de grande qualidade, como aquele que o ex-dirigente Fernando Pompeu publicou na semana passada e que até segunda-feira já tinha suscitado 144 (!) comentários.
Uma palavra final para o “Porta-Aviões”, que voltou a navegar há poucos dias. Criado pelo médico Maló de Abreu, é um espaço mordaz, na linha da histórica ironia coimbrã. Por ali passam assuntos de política nacional, política autárquica e – não fosse o seu criador um ex-candidato à presidência da Académica/OAF – temas ligados à Briosa.
A terminar, que o texto vai longo: muita da informação a que se tem acesso nos blogues não está habitualmente disponível nas páginas dos jornais. E é este desafio que os jornais não podem continuar a ignorar, sob pena de verem os leitores fugir. Porque, quer se queira quer não, o Mundo está mesmo diferente. Muito diferente.
Foi uma experiência enriquecedora. Mas... com muitas dificuldades. Ainda não havia telemóveis, não havia computadores portáteis. Fui com a máquina de escrever, batia os textos, pedia na recepção do hotel que enviassem o fax para o jornal e, à hora combinada, tinha de telefonar para saber se “o material” chegara em condições.
Hoje, é tudo diferente. Em qualquer lado há “rede”, chega-se com o portátil, escreve-se e envia-se. E se há qualquer problema, pega-se no telemóvel e esclarece-se o assunto de imediato.
O Mundo mudou muito nestes últimos anos. Hoje, o correio electrónico é indispensável. Na revista onde trabalho, as colaborações já chegam todas – à excepção de uma – por via electrónica; os textos e as fotos. Muito do “expediente comercial” também já circula por esta via: até, mesmo, alguns pagamentos.
Ou seja, no planeamento do dia de trabalho há que considerar uma fatia de tempo para os assuntos da Net; e, de preferência, há que estar constantemente ligado, para poder responder com prontidão a qualquer pergunta. Não há que discutir: hoje, as coisas são assim; são diferentes.
No entanto, os jornais – quase todos com as tiragens em queda – ainda não entenderam verdadeiramente o que está a acontecer. Olham de soslaio para a Net e, por arrastamento, para os seus conteúdos.
Actualmente, o cidadão que quer estar informado tem necessariamente de recorrer à Net. E dentro desta tem de reservar algum dos seu tempo para olhar (pelo menos, olhar) os blogues.
Cá por Coimbra, há alguns blogues que são de leitura quase obrigatória – e que vão suscitando um interesse cada vez maior, se olharmos ao número de visitas e de comentários que os leitores lá deixam.
Trago hoje aqui quatro “links”. “O Piolho da Solum”, um blogue bem disposto, faz diariamente, logo pela manhã, um resumo do noticiário do dia, comenta assuntos de interesse da comunidade e, de vez em quando, mostra fotografias de Coimbra antiga. E, pelo meio, há muita brincadeira e textos que nos fazem sorrir.
No “Política & House”, um blogue que dá muita atenção às questões internas do Partido Socialista, vão aparecendo textos – mais ou menos mordazes – sobre assuntos da cidade e do país. Nos últimos tempos, têm estado a ser publicados os rendimentos de alguns titulares de cargos políticos da região, com base nas declarações entregues no Tribunal Constitucional.
Crítico da actual direcção da Académica/OAF, o blogue “Pardalitos do Choupal” informa exaustivamente sobre o futebol da Briosa e a Académica em geral, divulga o calendário de jogos do fim-de-semana, informa sobre os resultados de todas as equipas e relata alguns jogos minuto-a-minuto, como ainda sucedeu no domingo. Depois, e por entre muita polémica estéril, surgem volta e meia textos de grande qualidade, como aquele que o ex-dirigente Fernando Pompeu publicou na semana passada e que até segunda-feira já tinha suscitado 144 (!) comentários.
Uma palavra final para o “Porta-Aviões”, que voltou a navegar há poucos dias. Criado pelo médico Maló de Abreu, é um espaço mordaz, na linha da histórica ironia coimbrã. Por ali passam assuntos de política nacional, política autárquica e – não fosse o seu criador um ex-candidato à presidência da Académica/OAF – temas ligados à Briosa.
A terminar, que o texto vai longo: muita da informação a que se tem acesso nos blogues não está habitualmente disponível nas páginas dos jornais. E é este desafio que os jornais não podem continuar a ignorar, sob pena de verem os leitores fugir. Porque, quer se queira quer não, o Mundo está mesmo diferente. Muito diferente.
terça-feira, 17 de outubro de 2006
Os blogues e os jornais
Amanhã, no jornal "Centro" e aqui, uma reflexão sobre alguns blogues cá da terra.
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
Derrota em Guifões
A minha equipa (os juvenis da Académica/OAF, recorde-se) voltou a perder. Desta feita, frente ao Pasteleira, por 2-0, num jogo disputado em Guifões (Matosinhos), mesmo à porta da Cimpor.
Foi a terceira derrota em três jogos fora de casa: 2-1 com o Boavista, 2-1 com o FC Porto e 2-0 agora. Mas ao contrário dos outros jogos, neste a minha equipa praticamente não jogou. Ou melhor, jogou no primeiro quarto-de-hora; depois disso... “apagou-se”.
Mas já lá vamos.
[Antes, porém, quero dizer-vos que os meus “dias de futebol” são sempre iguais: enquanto há jogo, ando à volta do campo com a máquina fotográfica, vou vendo os lances de sítios diferentes, ouvindo os comentários de uns e de outros. Quase nunca consigo registar os golos, porque fico curioso de ver como a jogada termina e... pronto, já foi golo e acabei por não tirar a foto. E lá vou andando para aqui e para lá, o que tem a grande vantagem de ver o jogo com os meus olhos, solitariamente, sem ser sugestionado por aqueles adeptos que passam os jogos a comentá-los continuamente em voz alta. É, afinal, uma mania como qualquer outra. Já agora, há outro ritual: o de no intervalo encontrar um restaurante para o almoço, onde por vezes se junta muita gente – o que, dado o número de comensais, não é tarefa fácil. Ontem fomos 19 à mesa, mas já tivemos almoços mais numerosos...]
Vem isto a propósito porque, ontem, nestas deambulações ao redor do campo, assisti a um episódio curioso – e significativo.
Apesar das reduzidas dimensões do campo (100 x 60) e do vento, a Académica começou a jogar bem, trocando a bola com rapidez e empurrando o adversário para a área. E ganhou dois ou três pontapés de canto quase seguidos. Num deles, estava eu mesmo atrás da baliza, ouvi o “capitão” do Pasteleira dizer aos colegas: “Vamos lá a meter o pé! Eles estão a fazer de nós o que querem. É preciso jogar com mais força!”.
Dito e feito. Num instante, o jogo mudou de feição. O Pasteleira começou a jogar (mais) duro, começou a dominar e acabou mesmo por marcar um golo, aos 22 minutos, creio que no primeiro remate que fez à baliza da Académica. E... acabou ali o jogo para a minha equipa.
Ainda faltava uma hora até ao final, mas a Académica nunca mais se encontrou. Acabou a 1.ª parte à deriva, começou a 2.ª parte mais calma. Pensou-se que ainda poderia ir atrás do empate. Mas rapidamente se viu que isso não iria suceder. A minha equipa – que sabe jogar à bola – quis trocar de pé para pé, mas o piso irregular não o permitia; quis jogar com calma, mas o adversário não dava espaços, não permitia pensar.
Assim, a 2.ª parte foi um duelo entre o pontapé para a frente dos portuenses e o tentar jogar junto ao solo dos conimbricenses. E como os outros se mostraram sempre mais rápidos, a fisionomia do jogo não se alterou. A diferença de velocidade sobre a bola decidiu o jogo.
Em conclusão: vitória certa do Pasteleira, sem discussão.
[Já agora: ao almoço houve caldeirada e depois um “passeio higiénico” na Foz. Estava uma linda tarde, quente, dezenas de surfistas na água. Foi um dia bem passado.]
Mas já lá vamos.
[Antes, porém, quero dizer-vos que os meus “dias de futebol” são sempre iguais: enquanto há jogo, ando à volta do campo com a máquina fotográfica, vou vendo os lances de sítios diferentes, ouvindo os comentários de uns e de outros. Quase nunca consigo registar os golos, porque fico curioso de ver como a jogada termina e... pronto, já foi golo e acabei por não tirar a foto. E lá vou andando para aqui e para lá, o que tem a grande vantagem de ver o jogo com os meus olhos, solitariamente, sem ser sugestionado por aqueles adeptos que passam os jogos a comentá-los continuamente em voz alta. É, afinal, uma mania como qualquer outra. Já agora, há outro ritual: o de no intervalo encontrar um restaurante para o almoço, onde por vezes se junta muita gente – o que, dado o número de comensais, não é tarefa fácil. Ontem fomos 19 à mesa, mas já tivemos almoços mais numerosos...]
Vem isto a propósito porque, ontem, nestas deambulações ao redor do campo, assisti a um episódio curioso – e significativo.
Apesar das reduzidas dimensões do campo (100 x 60) e do vento, a Académica começou a jogar bem, trocando a bola com rapidez e empurrando o adversário para a área. E ganhou dois ou três pontapés de canto quase seguidos. Num deles, estava eu mesmo atrás da baliza, ouvi o “capitão” do Pasteleira dizer aos colegas: “Vamos lá a meter o pé! Eles estão a fazer de nós o que querem. É preciso jogar com mais força!”.
Dito e feito. Num instante, o jogo mudou de feição. O Pasteleira começou a jogar (mais) duro, começou a dominar e acabou mesmo por marcar um golo, aos 22 minutos, creio que no primeiro remate que fez à baliza da Académica. E... acabou ali o jogo para a minha equipa.
Ainda faltava uma hora até ao final, mas a Académica nunca mais se encontrou. Acabou a 1.ª parte à deriva, começou a 2.ª parte mais calma. Pensou-se que ainda poderia ir atrás do empate. Mas rapidamente se viu que isso não iria suceder. A minha equipa – que sabe jogar à bola – quis trocar de pé para pé, mas o piso irregular não o permitia; quis jogar com calma, mas o adversário não dava espaços, não permitia pensar.
Assim, a 2.ª parte foi um duelo entre o pontapé para a frente dos portuenses e o tentar jogar junto ao solo dos conimbricenses. E como os outros se mostraram sempre mais rápidos, a fisionomia do jogo não se alterou. A diferença de velocidade sobre a bola decidiu o jogo.
Em conclusão: vitória certa do Pasteleira, sem discussão.
[Já agora: ao almoço houve caldeirada e depois um “passeio higiénico” na Foz. Estava uma linda tarde, quente, dezenas de surfistas na água. Foi um dia bem passado.]
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