sábado, 3 de março de 2007

Mau tempo no Funchal

Os ventos estão fortes lá pelas terras de Jardim.
Mas, desta feita, o culpado não é o anticiclone dos Açores.
A origem do vendaval parece estar nas margens do Mondego.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Debate na rádio

Amanhã, a partir da 11h00, na Rádio Regional do Centro, o programa "Praça da República" aborda temas como o futebol da Académica (e a actual falta de "alma" da instituição), a Universidade (a propósito do novo mandato do reitor Seabra Santos e da equipa de vices e pró-reitores) e a Saúde (a formação dos médicos e a falta "de jeito" do ministro Correia de Campos para comunicar com a população).

Fala-se ainda dos malefícios do fumo. A propósito, Mário Campos confessa que fumava quando era jogador da Académica - mas só fumava até quinta-feira, para não sentir "falta de ar" nos jogos, ao domingo.

O programa foi gravado hoje, ao princípio da tarde, no Hotel D. Luís, com a presença do dr. Mário Campos, do eng. José Relvão e do autor deste blogue. A moderação esteve a cargo do dr. Lino Vinhal.

Retrato do país

quinta-feira, 1 de março de 2007

Retrato do país


(in Diário de Coimbra de ontem)

Ruy de Carvalho


O actor Ruy de Carvalho completa hoje 80 anos.
A SIC prestou-lhe esta manhã uma homenagem inesquecível.
Foram duas horas de grande televisão.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Concerto

60 dias

“A Zeca Afonso” (*)

Dos tempos da alegria
já partimos

somos agora outro tempo
outro lugar.
Sabemos existir
sem existirmos na alegria
que foi de começar.

O tempo de ficar
dói nos ouvidos.
Ele voa, como olhos
percorridos pelo castigo
de um vento sem saber
onde parar.

Dos tempos da alegria
já partimos...

só nos resta
o sonho onde dormimos
e acordados havemos de voltar.


(*) poema inédito de Carlos Carranca

Zeca Afonso (*)

Na passada sexta-feira, fez 20 anos que morreu Zeca Afonso.

20 anos! Como é possível?! Estou a vê-lo entrar no palco, para o seu último concerto, e arrancar, já sem o fulgor de outros tempos,

“Do Choupal até à lapa
Foi Coimbra os meus amores
A sombra da minha capa
Deu no chão, abriu em flores”;


para, pouco depois, ter a coragem de cantar, voz embargada pela comoção, a premonitória “Balada de Outono”:

“Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar”.


Zeca era, foi, o maior. Todos os outros procuraram imitá-lo, segui-lo, mas de cada vez que o tentavam agarrar ele já não estava no mesmo sítio. A sua incrível intuição musical – Zeca Afonso sabia da música apenas os rudimentos – e o seu apurado sentido poético logo o atiravam mais para a frente.

Quando a moda era a canção de Coimbra acompanhada à viola e à guitarra, ele surgiu acompanhado apenas pela viola do Rui Pato; quando os demais imitaram as suas baladas acompanhadas à viola, ele surgiu com “Maio, maduro Maio”, acompanhado pela mini-orquestra do Zé Mário Branco, no mesmo disco em que arriscou lançar uma canção sem acompanhamento algum: “Grândola Vila Morena”.

Não conheci pessoalmente o Zeca. Ele era da geração de 50, enquanto eu pertenci à de 60. Mas fui colega de músicos que o acompanharam: Rui Pato, “Bóris”, Phil Colaço, 15 anos mais novos do que ele, o que dá bem a ideia da sua juventude de espírito.

Zeca Afonso não era de modas. Mas ele acabava por fazer a moda, com o seu estilo anti-vedeta. Como não era capaz de decorar as letras – nos tempos em que cantava fado de Coimbra era a malta que lhe fazia de ponto – começou a cantar com a letra escarrapachada num tripé à sua frente… e a moda pegou.

Sobre o Zeca Afonso muito foi dito e escrito nestes dias. Mas não vi referida a sua ligação à Briosa. Zeca Afonso jogou um ou dois anos na equipa B dos juniores da Académica, nos finais da década de 40, a extremo-direito e a interior-esquerdo. Como ele próprio confessou numa entrevista que deu poucos anos antes de morrer, “foi sempre extremamente irregular: sem saber népia metia assim um golo… mas no desafio seguinte jogava pouco. Não aguentava mais que vinte minutos de jogo”.

Pergunta o jornalista: – E se a Académica ia jogar fora, também ias? – É claro. – E se havia porrada no campo? – Considerava uma obrigação, um dever, quase um autêntico juramento, uma autêntica profissão de fé defender a chamada Briosa. E, quando o entrevistador lhe pergunta: – Mas o que te marcou em Coimbra? Responde o mesmo que eu e muitos outros gostaríamos de ter respondido: – Essa atmosfera romântica e irreverente ao mesmo tempo.

Depois de Abril, Zeca Afonso passou a património nacional e bandeira de muitas causas. O seu espírito desprendido, ingénuo, anarquista, deu azo a que muitos se apropriassem da sua imagem; e muitos são aqueles que hoje reclamam Zeca Afonso para o seu lado.

Mas é bom não esquecer que Zeca foi, antes de mais, um produto de Coimbra e da sua Academia. Mais importante do que lembrar que Zeca Afonso vestiu, ainda que episodicamente, a camisola da Briosa, é não deixar esquecer que ele é vinho da mesma cepa que produziu a Briosa, tal como eu o sou e muitos outros que naquela Academia forjaram a sua personalidade; e, até, – porque não? – outros ainda que sentem saudades dela sem nunca nela terem vivido.

O Zeca não o esqueceu. Por isso, ao dar no Coliseu de Lisboa o seu último espectáculo, o concerto em que revisitou toda a sua vida artística, fez questão de abri-lo com uma guitarrada de Coimbra, tocada por antigos estudantes de Coimbra, capas negras pelos ombros, numa época em que nem todos tinham coragem de assumir esse passado.

(*) texto de JOSÉ VELOSO, divulgado na "mailing list" academica@topica.com e aqui publicado com autorização do autor

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

O ensino em Portugal

Hoje ocupei toda a manhã a tentar resolver o problema de uma turma de miúdos de 6/7 anos que frequentam o 1.º ano na Escola da Praia, em Leça da Palmeira, entre os quais a minha filha.

Já vão perceber que continuamos muito longe do "modelo finlandês".

A turma iniciou o ano lectivo com um atraso de duas semanas e nas primeiras duas semanas de trabalho teve logo 3 professores. Uma ali colocada à pressa, outra que a substituiu mas que acabou colocada noutra escola e finalmente uma professora grávida de 7 meses. Obviamente, um mês depois os miúdos conheceram o seu quarto professor da "época".

Dobrado o ano, nova notícia: o professor que estava colocado ia dar lugar à professora do quadro, que estava de baixa há 3 anos e foi obrigada a apresentar-se por não ter visto validados por uma junta médica os seus eventuais problemas psiquiátricos.

Já é é mau ir para o 5º professor da época, bem pior é que esse 5.º seja uma pessoa com eventuais problemas psiquiátricos.

Os pais foram avisados já depois da colocação da professora e depressa ficaram a saber que a senhora só vai ficar 18 dias em função, posto que pedirá nova baixa.

E o que vai acontecer aí? Ninguém sabe, mas a probabilidade de a 3.ª professora e de o 4.º professor voltarem não é alta, pois vão entrar no "mercado das colocações".

Os pais começaram por falar com a escola, esta passou a bola à DREN e esta, por sua vez, chutou ainda mais para cima.

Os pais estão no que se chama um beco sem saída, sobretudo aqueles cujos filhos têm sentido muitos problemas sempre que muda o professor. Mas pelo menos não vão permitir, como medida de protesto, que os seus filhos frequentem na quarta-feira uma escola na qual, como lhes foi dito, "os interesses dos professores se sobrepõem aos interesses dos alunos".

Estamos a falar, repito, de crianças de 6/7 anos e da forma como elas são tratadas pelo Estado português, o mesmo Estado que este ano esteve a pagar a 3 professores ao mesmo tempo (a efectiva de baixa, a grávida de baixa e o colocado efectivo) e que até de tal foi capaz de se vangloriar quando os pais quiseram saber o que se passava.

Pobre país este que nos esvazia os bolsos e pouco nos dá, sendo que esse pouco é mau.

Eugénio Queirós, in "BOLAnaÁREA"

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Fogos, fogos, fogos

O ministro anunciou esta tarde a opção do Governo por alugar aviões para combater os incêndios florestais. Para o ano, então sim, Portugal deixará de alugar e irá comprar aviões.

Não sei porquê, mas parece-me que já não é a primeira vez que ouço uma notícia destas.

Fotos do "derby"

domingo, 25 de fevereiro de 2007

U. Coimbra - Académica

O jogo U. Coimbra-Académica, em juvenis, disputado esta manhã no Campo da Arregaça, terminou com a vitória dos "visitantes" por 3-0.

Com este resultado, a Académica alcançou o 5.º lugar da tabela, que será o posicionamento final da equipa.
Na última jornada, no próximo domingo, a Académica recebe o Cinfães e a única dúvida reside em saber até onde irá subir o marcador: até 4 (como no jogo da 1.ª volta)? Até 6? Até 8? Ou mais ainda?

O comentário ao jogo de hoje, com foto das equipas, está mais abaixo.
Ou, se preferir, pode clicar aqui.

Amanhã, apresentarei mais fotos do jogo.

Um ministro sem graça

Acabo de ouvir o ministro da Saúde na televisão a tentar fazer análise política.
Disse, por exemplo, que Marques Mendes será eternamente o líder do maior partido da oposição.

Não tem graça.
Não por o visado ser Marques Mendes ou ser do PSD.

Não tem graça porque de um ministro espera-se que seja rigoroso.

Um ministro assim não dá confiança.
Porque somos levados a pensar que ele poderá tomar as decisões governativas com o mesmo sentido de humor...

SIC-Notícias: reportagem excelente

Acabo de assistir na SIC-Notícias a 27 minutos de grande reportagem: sete anos depois, os jornalistas foram à procura de jovens futebolistas promissores que tinham encontrado nas "Academias" dos grandes clubes.

Hoje, um desistiu do futebol, outro joga em Chipre, outro no Fátima. Outro está na prisão.

Amanhã vou telefonar para a SIC, para ver se é possível comprar o DVD da reportagem.
Quero oferecê-lo aos jovens da "minha equipa".

Vitória (3-0) na Arregaça


CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR


Comentário

Não teve história o jogo desta manhã na Arregaça. Mas teve muitas "estórias"...

Quanto ao jogo, propriamente dito, confirmou-se a previsão: o U. Coimbra só poderia ter alguma hipótese de discutir os 3 pontos se marcasse primeiro. Caso contrário, arriscava-se a ser goleado.

A minha equipa venceu sem discussão. E até poderia ter ampliado a vantagem. Os unionistas também poderiam ter marcado, mas nunca acertaram com a baliza, pelo que a defesa e o guarda-redes da Académica tiveram uma manhã descansada.

Pela segunda vez no campeonato, a Académica conseguiu na 2.ª volta um resultado melhor do que aquele que obteve na 1.ª volta (recorde-se que, na Pedrulha, a minha equipa vencera o U. Coimbra por 3-1).

TRIUNFO SEM FESTA
A vitória da Académica tornou quase inevitável a despromoção do U. Coimbra aos "distritais". Os unionistas ainda podem salvar-se na última jornada, mas a tarefa é muito difícil.

Com amigos e colegas de escola de um lado e do outro, os jovens deram uma lição de grande dignidade: uns e outros lutaram com o máximo empenho pela vitória.
Não houve "fretes", nem "resultados combinados".

Mas sabedores da tristeza que reinava do outro lado, os jovens da Académica não festejaram com exuberância a vitória no campo do velho rival.
Pelo contrário, os jogadores das duas equipas saíram lado-a-lado, abraçados, a conversar.

SANJOANENSE ATENTA
Na luta pela permanência, tal como o U. Coimbra, encontra-se a Sanjoanense.

Durante a semana, Flávio (o antigo jogador da Académica e que tem um filho a jogar na Sanjoanense) telefonou a saber se a Académica iria dar uma "ajuda" ao U. Coimbra, no sentido de lhe permitir a vitória no jogo.
Disse-lhe que nada tinha a ver com o assunto, que nem sequer acompanho os treinos da equipa, mas que me parecia que a Académica iria jogar como sempre fez. E que o U. Coimbra (que empatou com o FC Porto na Arregaça) iria fazer o mesmo.
Assim aconteceu.

Durante o jogo, Flávio telefonou por três vezes. Fui-lhe dando conta do resultado.

Já o jogo acabara há umas boas duas horas, Flávio voltou a telefonar.
Pedia-me para transmitir à Académica (à direcção, ao treinador e aos jogadores) o agradecimento da Sanjoanense pela postura de dignidade da equipa frente ao U. Coimbra.
Está transmitido o recado.

A FORMAÇÃO DOS JOVENS
Sou dos que acredita que o valor mais importante do Desporto reside na sociabilização que estimula, na defesa da ética e da disciplina que promove, no espírito social/grupal que desenvolve.
Por isso é que não aceito que um jogador jogue lesionado, que omita uma mazela ao treinador para fazer parte da equipa, que tenha dentro do campo comportamentos violentos.

A Académica, ao jogar como jogou frente ao U. Coimbra, fez apenas o que lhe competia. Comportou-se como devia.

Acredito que, noutras latitudes, a atitude dos clubes / das equipas possa ser diferente, como me disseram várias pessoas. Acredito que sim.
Mas não aceito outro comportamento que não o de entrar em campo para dar o melhor.

(Registo, a propósito, o desabafo de um jogador do Leixões para outro da Académica, há três semanas, em Matosinhos: "Nunca joguei contra uma equipa tão disciplinada como a vossa". Para mim, uma frase como esta significa uma robusta vitória - uma goleada!)



No final do jogo, que praticamente decidiu a descida do U. Coimbra aos "distritais", Barreto e Gonçalves saíram do campo com as camisolas trocadas


Resultados dos jogos de hoje (21.ª jornada):

U. Coimbra - Académica, 0-3

Sanjoanense - Feirense, 1-1

Boavista - FC Porto, 2-1

Cinfães - Pasteleira, 0-2

Repesenses - Leixões, 1-2

Folgou: Naval


Classificação actual

Campeonato Nacional de Juvenis / 1.ª Fase - Série B

Época 2006/2007



Pts

J

V

E

D

GM

GS

1

FC Porto

48

19

15

3

1

56

17

2

Boavista

44

20

14

2

4

49

21

3

Leixões

38

19

11

5

3

37

21

4

Pasteleira

35

19

10

5

4

37

20

5

ACADÉMICA

30

19

9

3

7

33

25

6

Feirense

29

19

8

5

6

30

28

7

Sanjoanense

20

19

6

2

11

19

22

8

Naval

19

19

6

1

12

25

37

9

U. Coimbra

17

19

4

5

10

17

33

10

Repesenses

15

19

4

2

13

22

45

11

Cinfães

3

19

1

0

18

14

70

Pts - Pontos | J - Jogos | V - Vitórias | E - Empates
D - Derrotas | GM - Golos Marcados | GS - Golos Sofridos

(Fonte: FPF)

Última jornada

22.ª jornada (4 de Março)

Académica - Cinfães

FC Porto – Sanjoanense

Feirense – Repesenses

Leixões – U. Coimbra

Pasteleira – Naval

Folga: Boavista