O FC Porto conseguiu ter mais um dia de descanso do que o Atlético de Madrid, mas não conseguiu mais do que um empate na capital espanhola.
O FC Porto teve mais um dia de descanso do que o Sporting, mas não conseguiu mais do que um empate no próprio campo, frente a uma equipa que tinha sido goleada por 5-0 há menos de 72 horas.
Em oito dias, o FC Porto conseguiu ter mais dois dias de descanso (25%) do que os adversários e não conseguiu ganhar.
Não se um dia de descanso a mais é muito ou pouco importante em termos de alta de competição. Mas pode concluir-se que, no mínimo, não chega para ganhar jogos. Mas evita perdê-los.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
O discurso de José Sócrates
Fiz o sacrifício de assistir, na íntegra, ao discurso de José Sócrates na abertura do Congresso do Partido Socialista.
Foram 51 minutos que quase me apetece definir numa palavra: vazio. Mas há outra que talvez se aplique melhor: demagogia.
A primeira parte da intervenção, cerca de um quarto de hora, foi o "discurso do nada".
Depois, retive algumas ideias.
José Sócrates falou da baixa do IMI e eu não a senti. Continuo a pagar um valor que julgo exorbitante para viver num modesto apartamento numa das zonas mais humildes de Coimbra. Muitas centenas de euros que me levam a pensar, sempre que sou obrigado a pagá-las, que estou a ser alvo de autêntico roubo.
José Sócrates criticou a comunicação social (falou de «director de jornal» e de «estação de televisão»), mas eu não dispenso as informações da Imprensa e passo bem sem o discurso dos políticos. Aliás, ainda esta semana se ficou a saber que a credibilidade dos políticos políticos anda pelas ruas da amargura - só 1% dos portugueses acredita neles.
José Sócrates falou das Novas Oportunidades e lembrei-me da dona do quiosque onde compro jornais. Quando, depois de ter obtido a certificação do 9.º ano, a tentei motivar para obter o 12.º ano, disse-me com convicção: «Não, não vou tirar. Não se aprende nada...».
José Sócrates falou do aumento dos salários dos Função Pública e eu só tenho visto diminuir, ano após ano, o salário da minha mulher, que é funcionária pública.
José Sócrates falou da aposta na educação e eu sei bem o que isso é, com um filho a estudar na Universidade em Lisboa. As propinas, a renda do quarto, as viagens, as refeições, os livros; cerca de 1.000 euros por mês. E qual é o apoio do Estado? Nada. Zero.
José Sócrates falou da reforma da Administração Pública e eu pensei logo no meu familiar que continua à espera (há quase um ano!!!) que as Finanças enviem o cartão de contribuinte.
Ou seja, em resumo: José Sócrates falou de um país e eu vivo noutro, completamente diferente.
Quanto pude ver, só houve um momento de entusiasmo durante o discurso: quando José Sócrates falou de nova maioria absoluta. Aí levantou-se quase toda a gente, braço no ar, a gritar «PS, PS, PS».
(Nessa altura, tive uma ideia: com a tecnologia hoje disponível, seria possível às televisões colocarem junto a cada rosto a profissão que desempenha, ficando-se assim a saber quais os que vivem das verbas do Estado - do nosso dinheiro colectivo, portanto - e quais os que não vivem. Seria esclarecedor, creio.)
Quanto aos restantes 48 minutos da intervenção de José Sócrates, os (poucos) grandes planos da RTP mostraram rostos desinteressados, tristes, desiludidos, sem ponta de entusiasmo visível.
Se a isso juntarmos o tom do discurso, uma mão-cheia de lugares-comuns, proclamados sem chama e sem emoção, tive a sensação de estar numa cerimónia algo de fúnebre - o "requiem" por esta maioria, quem sabe.
Nem mesmo o rosto de José Sócrates (que me pareceu cansado e sentir algumas dificuldades com o "teleponto") conseguiu desfazer a ideia que, a pouco e pouco, se foi formando no meu espírito.
Vão longe os tempos em que a Política era algo de empolgante em Portugal.
PS 1 - Mal acabado o discurso, ouvi Carlos Magno a tentar interpretar o "peso" do discurso. Como é óbvio, ele tem direito a ter opinião. Tal como eu. E a minha, contrariamente à dele, é simples de enunciar: foi um mau discurso. Se eu fosse professor (sem segundas intenções...), José Sócrates nem sequer iria à oral. Estava chumbado.
PS 2 - Nota curiosa: José Sócrates começou o discurso mais cedo do que o previsto (segundo ouvi na SIC) e terminou-o cinco minutos antes de começar o Benfica-Leixões.
Foram 51 minutos que quase me apetece definir numa palavra: vazio. Mas há outra que talvez se aplique melhor: demagogia.
A primeira parte da intervenção, cerca de um quarto de hora, foi o "discurso do nada".
Depois, retive algumas ideias.
José Sócrates falou da baixa do IMI e eu não a senti. Continuo a pagar um valor que julgo exorbitante para viver num modesto apartamento numa das zonas mais humildes de Coimbra. Muitas centenas de euros que me levam a pensar, sempre que sou obrigado a pagá-las, que estou a ser alvo de autêntico roubo.
José Sócrates criticou a comunicação social (falou de «director de jornal» e de «estação de televisão»), mas eu não dispenso as informações da Imprensa e passo bem sem o discurso dos políticos. Aliás, ainda esta semana se ficou a saber que a credibilidade dos políticos políticos anda pelas ruas da amargura - só 1% dos portugueses acredita neles.
José Sócrates falou das Novas Oportunidades e lembrei-me da dona do quiosque onde compro jornais. Quando, depois de ter obtido a certificação do 9.º ano, a tentei motivar para obter o 12.º ano, disse-me com convicção: «Não, não vou tirar. Não se aprende nada...».
José Sócrates falou do aumento dos salários dos Função Pública e eu só tenho visto diminuir, ano após ano, o salário da minha mulher, que é funcionária pública.
José Sócrates falou da aposta na educação e eu sei bem o que isso é, com um filho a estudar na Universidade em Lisboa. As propinas, a renda do quarto, as viagens, as refeições, os livros; cerca de 1.000 euros por mês. E qual é o apoio do Estado? Nada. Zero.
José Sócrates falou da reforma da Administração Pública e eu pensei logo no meu familiar que continua à espera (há quase um ano!!!) que as Finanças enviem o cartão de contribuinte.
Ou seja, em resumo: José Sócrates falou de um país e eu vivo noutro, completamente diferente.
Quanto pude ver, só houve um momento de entusiasmo durante o discurso: quando José Sócrates falou de nova maioria absoluta. Aí levantou-se quase toda a gente, braço no ar, a gritar «PS, PS, PS».
(Nessa altura, tive uma ideia: com a tecnologia hoje disponível, seria possível às televisões colocarem junto a cada rosto a profissão que desempenha, ficando-se assim a saber quais os que vivem das verbas do Estado - do nosso dinheiro colectivo, portanto - e quais os que não vivem. Seria esclarecedor, creio.)
Quanto aos restantes 48 minutos da intervenção de José Sócrates, os (poucos) grandes planos da RTP mostraram rostos desinteressados, tristes, desiludidos, sem ponta de entusiasmo visível.
Se a isso juntarmos o tom do discurso, uma mão-cheia de lugares-comuns, proclamados sem chama e sem emoção, tive a sensação de estar numa cerimónia algo de fúnebre - o "requiem" por esta maioria, quem sabe.
Nem mesmo o rosto de José Sócrates (que me pareceu cansado e sentir algumas dificuldades com o "teleponto") conseguiu desfazer a ideia que, a pouco e pouco, se foi formando no meu espírito.
Vão longe os tempos em que a Política era algo de empolgante em Portugal.
PS 1 - Mal acabado o discurso, ouvi Carlos Magno a tentar interpretar o "peso" do discurso. Como é óbvio, ele tem direito a ter opinião. Tal como eu. E a minha, contrariamente à dele, é simples de enunciar: foi um mau discurso. Se eu fosse professor (sem segundas intenções...), José Sócrates nem sequer iria à oral. Estava chumbado.
PS 2 - Nota curiosa: José Sócrates começou o discurso mais cedo do que o previsto (segundo ouvi na SIC) e terminou-o cinco minutos antes de começar o Benfica-Leixões.
Incompetência da ZON/TV Cabo
Acabei por não assistir ao início das emissões da TVI 24.
Há três semanas, contactei os serviços da apoio ao cliente da ZON/TV Cabo e perguntei se a assinatura de que disponho dava acesso à recepção da TVI 24.
«Sim, sim, vai receber», disseram-me.
Voltei a insistir, referindo o facto de assinar apenas o pacote "Ultra Sport Tv".
«Sim, tem direito a receber o TVI 24», responderam.
Ontem, quando tentava assistir à emissão inaugural, constatei que o canal estava codificado.
Voltei a contactar a ZON e obtive a seguinte resposta:
«Para poder ver o TVI 24 tem de assinar outro pacote.»
Agradeci a informação, lamentando que anteriormente me tivessem dado uma informação errada.
Concluí que a ZON continua a ser a TV Cabo que abandonei há vários anos pelas sucessivas atitudes de desrespeito para com os clientes.
Quanto à incompetência, também continua a ser a mesma.
(Vou continuar cliente da Cabovisão e espectador assíduo da SIC Notícias, canal de que sou grande fã, apesar das alterações recentes no "Jornal das 21". Quanto à ZON, faltam escassos meses para poder dizer-lhe "adeus". Sem saudades.)
Há três semanas, contactei os serviços da apoio ao cliente da ZON/TV Cabo e perguntei se a assinatura de que disponho dava acesso à recepção da TVI 24.
«Sim, sim, vai receber», disseram-me.
Voltei a insistir, referindo o facto de assinar apenas o pacote "Ultra Sport Tv".
«Sim, tem direito a receber o TVI 24», responderam.
Ontem, quando tentava assistir à emissão inaugural, constatei que o canal estava codificado.
Voltei a contactar a ZON e obtive a seguinte resposta:
«Para poder ver o TVI 24 tem de assinar outro pacote.»
Agradeci a informação, lamentando que anteriormente me tivessem dado uma informação errada.
Concluí que a ZON continua a ser a TV Cabo que abandonei há vários anos pelas sucessivas atitudes de desrespeito para com os clientes.
Quanto à incompetência, também continua a ser a mesma.
(Vou continuar cliente da Cabovisão e espectador assíduo da SIC Notícias, canal de que sou grande fã, apesar das alterações recentes no "Jornal das 21". Quanto à ZON, faltam escassos meses para poder dizer-lhe "adeus". Sem saudades.)
Pesadelo leonino
Na quinta-feira de manhã, como é habitual na casa do treinador do Sporting, a mulher de Paulo Bento disse-lhe:
- Acorda, Paulo, que já são 6.
- O quê?... Ainda marcaram outro?
Para juntar à anedota, mais uma imagem a propósito da goleada sofrida pelo Sporting...
- Acorda, Paulo, que já são 6.
- O quê?... Ainda marcaram outro?
* * * * * * *
Para juntar à anedota, mais uma imagem a propósito da goleada sofrida pelo Sporting...
(apanhadas aqui)
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Momento histórico
Hoje é um dia histórico em termos de comunicação social: nasce a TVI 24.
Ainda me lembro do dia em que a TVI começou a emitir, com tanta falta de sinal que tive de colocar o televisor na varanda da casa, no Tovim, para poder acompanhar (quase só vi fantasmas...) a emissão inaugural.
Depois de ter estado directamente envolvido no projecto do "4.º canal", frequentando o “Curso de Formação da TVI” durante vários meses, teria de estar defronte do televisor no “minuto 1”.
Agora, não quero perder outro momento histórico.
Ainda me lembro do dia em que a TVI começou a emitir, com tanta falta de sinal que tive de colocar o televisor na varanda da casa, no Tovim, para poder acompanhar (quase só vi fantasmas...) a emissão inaugural.
Depois de ter estado directamente envolvido no projecto do "4.º canal", frequentando o “Curso de Formação da TVI” durante vários meses, teria de estar defronte do televisor no “minuto 1”.
Agora, não quero perder outro momento histórico.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Causas imateriais da crise
por Henrique Monteiro
Oficialmente, esta crise deve-se a crimes e asneiras do sistema financeiro motivados sobretudo por excesso de mercado e falta de regulação. Não há discurso que não o afirme.
Longe de mim negar tais causas, embora, por natureza, desconfie que hecatombes desta dimensão se fiquem apenas a dever a uma ou duas causas. Do meu ponto de vista, a crise resulta de muito mais cambiantes e variantes, como, aliás, todas as crises que historicamente atravessámos.
Curiosamente, muito se fala da crise de valores, mas pouca importância se lhe atribui quando se trata de analisar a falta de confiança dos mercados, as falências e o desemprego. E, no entanto, a crise de confiança é ela própria uma parte da crise dos valores. Sem valores seguros - como a probidade, a justiça, a temperança, a palavra, a prudência - não há confiança.
O sistema financeiro, sendo responsável por parte dessa quebra de confiança, foi também ele próprio vítima de uma ideologia dominante que pouca ou nenhuma atenção deu a estes valores tradicionais. Aliás, veja-se como na arte, nas ciências sociais, na comunicação, a ideia de virtude foi sendo abandonada em favor de conceitos a que chamámos pós-modernos.
Ao mesmo tempo que o relativismo negava uma verdade exterior a nós, para a colocar dependente do observador e em plano equivalente a outros valores, as principais âncoras da nossa sociedade eram arrancadas. O politicamente correcto, espécie de ditadura da linguagem, juntou-se com ideias generosas mas insustentáveis de que os direitos são inalienáveis e prevalecem sobre os deveres, que no geral se resumem ao pagamento (se tal não puder ser evitado) de impostos.
Conceitos como aforro ou caridade quase acabaram, assim como a ideia de que as recompensas se obtêm após um tempo alargado de esforço; na nossa sociedade as recompensas têm de ser imediatas, assim como na economia.
A filosofia, a arte e parte das ciências (sobretudo as ciências sociais) deixaram de reflectir a realidade, para reflectirem reflexões, num jogo infinito e cada vez mais distante do homem. Ao mesmo tempo, as construções naturais - da família à sexualidade - foram consideradas meras preferências ou opções e, em consequência, substituíveis por modelos diferentes.
Oficialmente, esta crise deve-se a crimes e asneiras do sistema financeiro motivados sobretudo por excesso de mercado e falta de regulação. Não há discurso que não o afirme.
Longe de mim negar tais causas, embora, por natureza, desconfie que hecatombes desta dimensão se fiquem apenas a dever a uma ou duas causas. Do meu ponto de vista, a crise resulta de muito mais cambiantes e variantes, como, aliás, todas as crises que historicamente atravessámos.
Curiosamente, muito se fala da crise de valores, mas pouca importância se lhe atribui quando se trata de analisar a falta de confiança dos mercados, as falências e o desemprego. E, no entanto, a crise de confiança é ela própria uma parte da crise dos valores. Sem valores seguros - como a probidade, a justiça, a temperança, a palavra, a prudência - não há confiança.
O sistema financeiro, sendo responsável por parte dessa quebra de confiança, foi também ele próprio vítima de uma ideologia dominante que pouca ou nenhuma atenção deu a estes valores tradicionais. Aliás, veja-se como na arte, nas ciências sociais, na comunicação, a ideia de virtude foi sendo abandonada em favor de conceitos a que chamámos pós-modernos.
Ao mesmo tempo que o relativismo negava uma verdade exterior a nós, para a colocar dependente do observador e em plano equivalente a outros valores, as principais âncoras da nossa sociedade eram arrancadas. O politicamente correcto, espécie de ditadura da linguagem, juntou-se com ideias generosas mas insustentáveis de que os direitos são inalienáveis e prevalecem sobre os deveres, que no geral se resumem ao pagamento (se tal não puder ser evitado) de impostos.
Conceitos como aforro ou caridade quase acabaram, assim como a ideia de que as recompensas se obtêm após um tempo alargado de esforço; na nossa sociedade as recompensas têm de ser imediatas, assim como na economia.
A filosofia, a arte e parte das ciências (sobretudo as ciências sociais) deixaram de reflectir a realidade, para reflectirem reflexões, num jogo infinito e cada vez mais distante do homem. Ao mesmo tempo, as construções naturais - da família à sexualidade - foram consideradas meras preferências ou opções e, em consequência, substituíveis por modelos diferentes.
Estas ideias inundaram as universidades, os meios de comunicação, as conversas bem pensantes e estabeleceram um sistema do qual é difícil, perigoso e não recompensador discordar.
Não foi só o sistema financeiro que contribuiu para esta crise.
Assim como não basta refazê-lo para que a crise termine.
(clique na imagem para ampliar)
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Só... (mas feliz)
Não tenho, nem nunca tive, conta no BPN.
Nem no BPP.
Frequentei uma universidade que ainda existe.
Nunca tive um "tacho".
Fiz 21 cadeiras na licenciatura e cinco no mestrado e tive 26 professores diferentes.
Fui funcionário público durante 13 anos, depois de concurso público e nacional.
Saí da Função Pública há 18 anos e não mantenho qualquer lugar ou vínculo.
O meu pai era contínuo e eu sou jornalista.
Tenho uma filha licenciada em Direito e um filho a estudar Medicina.
Nunca assinei um texto que eu próprio não tivesse redigido.
Nunca fui "boy".
Nem sequer nunca estive filiado em qualquer partido.
Comprei um apartamento que custou o mesmo que custaram os dos meus vizinhos.
Nunca me candidatei a qualquer lugar político.
Só exerci, por eleição, "lugares de serviço" (associação de estudantes, sindicatos dos professores e dos jornalistas, associação de jornalistas desportivos, estruturas do futebol, Academia Olímpica, ACM, etc.), nos quais nunca recebi qualquer compensação monetária, nem sequer as famosas "senhas de presença". Na maioria deles, nem as despesas de deslocação.
Nunca meti uma "cunha".
Não tenho nenhum amigo que seja membro de qualquer força policial, das magistraturas ou dirigente de partido político.
Nutro profundo desprezo por quem sobe na vida à custa do erário público, de "esquemas" e "negociatas".
Evito relacionar-me com tais pessoas, tentando mesmo não frequentar espaços públicos onde seja previsível que as possa encontrar.
Sou contra a corrupção.
Nunca paguei "luvas" ou "suplementos" de qualquer espécie, nem mesmo quando só se compravam automóveis novos com "donativos" ao vendedor.
Ao fim de quase 35 anos como jornalista, não há ninguém com quem me tenha relacionado profissionalmente que possa dizer que me pagou qualquer coisa - nem um almoço, nem sequer um café.
Cumpro as leis, mas acredito que os valores morais sobrepõem-se à legislação. E tento agir em conformidade.
Recuso o "chico-espertismo" e o "salve-se quem puder".
Não sou perfeito. Cometo erros - demasiados, para o meu gosto.
Como digo repetidamente, "não nasci para ser simpático".
Talvez por isso tenha escrito este texto num domingo à tarde, quando poderia estar calmamente num dos vários Carnavais da região. (Não, não gosto do Carnaval...)
Acredito que o futuro só será melhor se as vozes livres, descomprometidas, se fizerem ouvir.
Quando abro os jornais e vejo que - a propósito de tudo e de nada - Portugal é uma terra de "primos e primas", em que as vidas pessoais, profissionais e políticas se entrelaçam num rendilhado de malha fina, finíssima, sinto-me um homem só.
Felizmente.
Nem no BPP.
Frequentei uma universidade que ainda existe.
Nunca tive um "tacho".
Fiz 21 cadeiras na licenciatura e cinco no mestrado e tive 26 professores diferentes.
Fui funcionário público durante 13 anos, depois de concurso público e nacional.
Saí da Função Pública há 18 anos e não mantenho qualquer lugar ou vínculo.
O meu pai era contínuo e eu sou jornalista.
Tenho uma filha licenciada em Direito e um filho a estudar Medicina.
Nunca assinei um texto que eu próprio não tivesse redigido.
Nunca fui "boy".
Nem sequer nunca estive filiado em qualquer partido.
Comprei um apartamento que custou o mesmo que custaram os dos meus vizinhos.
Nunca me candidatei a qualquer lugar político.
Só exerci, por eleição, "lugares de serviço" (associação de estudantes, sindicatos dos professores e dos jornalistas, associação de jornalistas desportivos, estruturas do futebol, Academia Olímpica, ACM, etc.), nos quais nunca recebi qualquer compensação monetária, nem sequer as famosas "senhas de presença". Na maioria deles, nem as despesas de deslocação.
Nunca meti uma "cunha".
Não tenho nenhum amigo que seja membro de qualquer força policial, das magistraturas ou dirigente de partido político.
Nutro profundo desprezo por quem sobe na vida à custa do erário público, de "esquemas" e "negociatas".
Evito relacionar-me com tais pessoas, tentando mesmo não frequentar espaços públicos onde seja previsível que as possa encontrar.
Sou contra a corrupção.
Nunca paguei "luvas" ou "suplementos" de qualquer espécie, nem mesmo quando só se compravam automóveis novos com "donativos" ao vendedor.
Ao fim de quase 35 anos como jornalista, não há ninguém com quem me tenha relacionado profissionalmente que possa dizer que me pagou qualquer coisa - nem um almoço, nem sequer um café.
Cumpro as leis, mas acredito que os valores morais sobrepõem-se à legislação. E tento agir em conformidade.
Recuso o "chico-espertismo" e o "salve-se quem puder".
Não sou perfeito. Cometo erros - demasiados, para o meu gosto.
Como digo repetidamente, "não nasci para ser simpático".
Talvez por isso tenha escrito este texto num domingo à tarde, quando poderia estar calmamente num dos vários Carnavais da região. (Não, não gosto do Carnaval...)
Acredito que o futuro só será melhor se as vozes livres, descomprometidas, se fizerem ouvir.
Quando abro os jornais e vejo que - a propósito de tudo e de nada - Portugal é uma terra de "primos e primas", em que as vidas pessoais, profissionais e políticas se entrelaçam num rendilhado de malha fina, finíssima, sinto-me um homem só.
Felizmente.
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