sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Luís Delgado: comentador de serviço

Ligo a televisão.
Luís Delgado comenta qualquer coisa.
Mudo imediatamente de canal.
Livra!

O cinismo de Louçã


Se há coisa que me irrita é o cinismo.
Francisco Louçã, depois de ter sido ultrapassado pelos centristas, denomina agora o CDS de extrema-direita parlamentar.
Como classificar, então, o Bloco de Esquerda?
Talvez de extrema-extrema-esquerda parlamentar.

Se há agrupamento radical é o BE.
No meio de algumas ideias defensáveis, surgem outras que são verdadeiras tontices.
Tão tontas que, apesar do BE defender a proibição dos "rodeos", houve um em Salvaterra de Magos, apoiado pela única Câmara Municipal afecta ao BE.

Por outro lado, já se viu que o BE só terá existência enquanto estiver longe do Poder.
Veja-se o que sucedeu com José Sá Fernandes: eleito vereador em Lisboa, com assinalável poder nas mãos, "saltou" agora para as listas do Partido Socialista.

Louçã é como aqueles artistas que são contratados para animar as bodas dos casamentos: cantam três ou quatro canções e vão-se embora.
O líder do BE é bom na Assembleia da República, porque só fala durante três minutos. Ou, então, nos "directos" televisivos, em que repisa os "soundbytes" durante 30 a 40 segundos. Quando apareceram os frente-a-frente foi o descalabro.
Um descalabro tão grande que fez o BE ficar atrás até do CDS, depois de Louçã passar dias a repetir vezes sem conta que estava preparado para ser... primeiro-ministro!

O Bloco é um pagode.
Valha-nos isso. Com eles a política é mais engraçada.

Um "adeus" diferente

"Despertar" de hoje

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Os votos não são todos iguais

É verdade. Na democracia portuguesa, há votos que valem mais do que outros.
Começam por nos dizer que votar é um direito e um dever, mas depois há votos que são atirados para o lixo. Isso mesmo: há dezenas de milhar de votos que não contam para nada!

Vejamos os números...
O PS teve 2.077.695 votos e elegeu 97 deputados. Feita uma simples operação de dividir, chega-se à conclusão que cada deputado socialista foi eleito com 21.420 votos.
No caso do PSD, cada deputado "vale" 20.429 votos. Já o CDS recebeu 28.238 votos para cada um dos 21 deputados que elegeu.
No caso do Bloco de Esquerda foram 34.879 votos por deputado. A coligação PSC-PEV teve 29.800 votos por cada deputado eleito.

Se, até aqui, a situação já não parece ser muito democrática, torna-se ainda mais negra se pensarmos que o PCTP/MRPP teve 52.784 votos e não elegeu qualquer deputado! Com esse número de votos, o PS e o PSD elegeriam dois deputados.
O MEP também tem razões para se sentir prejudicado com a actual lei eleitoral: obteve 24.475 votos e não elegeu nenhum deputado. E o PND, que recebeu 21.476 votos dos eleitores, também não elegeu qualquer deputado, enquanto outros partidos elegeram deputados com menor número de votos.

Sim, eu sei que é a lei que possibilita estas situações aberrantes.
Por isso, afirmo que a actual lei eleitoral não presta. Há que mudá-la!
Ou, então, teremos de concluir que há portugueses com um voto especial e outros com um voto que vale zero.

É por estas e por outras (como o regime ser democrático na teoria mas comportar-se em muitas situações como monárquico...) que a abstenção ultrapassou os 40% nas recentes eleições legislativas. E vai continuar a subir.

Caso TVI no Parlamento Europeu


«O eurodeputado do PSD Mário David levantou hoje no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, a questão do cancelamento do jornal televisivo de sexta-feira à noite na TVI, num debate sobre a liberdade de imprensa em Itália.

"Em Portugal, a Prisa, empresa espanhola reconhecidamente apoiante do Partido Socialista e accionista maioritária do canal de televisão TVI, ordenou o silenciamento do jornal televisivo de sexta-feira à noite", disse o eurodeputado.

"Gostaria de saber se o Grupo Socialista tem a intenção de apurar as razões e as consequências deste abusivo procedimento e utilizar o mesmo procedimento que hoje aqui discutimos num caso, este sim, de flagrante violação da liberdade de imprensa", acrescentou. (in "Jornal de Negócios"; ver também notícia no "Público")

Aqui está uma ideia bem pensada.
Ora toma!

O grande educador

«Manuela Ferreira Leite não está a compreender bem a nova situação política. Uma maioria relativa do PS implica responsabilidade do lado PS, que tem de formar Governo e procurar os entendimentos necessários para aprovar as suas iniciativas, mas também a responsabilidade dos partidos da oposição, a começar pelo maior» (Augusto Santos Silva, na foto, ao Rádio Clube).

Depois de Arnaldo de Matos, na minha juventude "o grande educador da classe operária", temos agora Augusto Santos Silva na versão "educador da classe política".
Só nos faltava mais este!

Iniciativa invulgar

Entre os vários anúncios de propaganda eleitoral (disfarçados de divulgação de iniciativas, para contornar a lei...), este merece destaque: não é de um partido ou coligação, mas junta três candidatos.
Eis uma iniciativa louvável. Logo à noite, em Almalaguês.

5 de Outubro... monárquico

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hemiciclo


RESULTADOS ELEITORAIS (em %) - PS 36,6 / PSD, 29,1 / CDS 10,4 / BE 9,8 / CDU 7,9 . Abstenção: 40,3.

Eleitores 9,5 milhões / PS - 2 milhões PSD 1,6 milhões / CDS 600 mil / BE 560 mil / PCP-PEV 450 mil. Votantes: 5,7 milhões. Abstenção: 3,8 milhões.

Inscritos: 9.514.322 / Votantes: 5.683.967 / DEPUTADOS – PS 97 / PSD 81 / CDS 21 / BE 16 / PCP 15.

Diálogo pré-eleitoral

- Odeio eleições!
- Então porquê?
- Há obras por todo o lado! Acabo de estar 20 minutos numa fila, porque a estrada está em obras...

Pérolas eleitorais (XXIII)

(comunicado do Bloco de Esquerda)

A "pérola" é o facto de nenhum dos dois diários que se publicam em Coimbra ter tido disponibilidade para entrevistar a candidata do Bloco de Esquerda.
É assim, a pouco e pouco, que se vai minando o interesse dos leitores pelos jornais.

Pérolas eleitorais (XXII)

Pérolas da campanha eleitoral

(in "Jornal de Negócios")

Eleições autárquicas em Coimbra: de onde vem o dinheiro?

Afastei-me deliberadamente da campanha eleitoral autárquica.
Mas, de vez em quando, a campanha vem ter comigo.

- O que é que achas da campanha? - é uma pergunta repetida.
- Quais vão ser os resultados? - é outra.

No entanto, a pergunta que mais vezes me têm dirigido é esta:
- De onde vem tanto dinheiro para a campanha do Pina Prata?

Como é óbvio, não sei a resposta.
Mas dou comigo a pensar: de onde virão tantos milhões para todas as campanhas?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Senhora do mundo



Portuguesa. Cidadã do universo. Património da Humanidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Eleições autárquicas: socialistas desesperados?

Estava à varanda quando ouço uma sirene a tocar insistentemente.
«Deve ser o INEM», pensei, porque as instalações são perto.
Mas não, não era.
Era uma caravana do Partido Socialista, talvez uns 10 automóveis, com bandeiras a esvoaçar.
Fiquei na dúvida... Estaria alguém doente? Iriam combater algum incêndio? Ou seria apenas uma forma de chamar desesperadamente a atenção?

Eram 19h15, já escurecia, no país-do-vale-tudo.
Que tristeza.

domingo, 4 de outubro de 2009

Académica, ai... ai...

Há pouco, um amigo de Lisboa perguntava no "Twitter".
- O que se passa com a Académica?
A resposta saiu-me assim:
- Tem presidente a mais e futebol a menos.

Olhando a frase, minutos depois, parece-me (passe a imodéstia) uma bela definição.

Sócrates, o Tratado de Lisboa e o "sim" da Irlanda

«Igualmente extraordinário foi o comentário de José Sócrates – extraordinário e revelador: “Essa notícia é muito importante para nós portugueses, muito importante para a Europa e também muito importante para mim.” Extraordinário porque se fosse assim tão importante para os portugueses, os portugueses teriam sido chamados, tranquilamente, a referendar o Tratado, ao contrário do que sucedeu. Revelador por ser importante para o próprio José Sócrates, pois mostra até que ponto este acha que é importante apesar de o essencial do trabalho que permitiu chegar ao acordo de Lisboa se ter ficado a dever à Alemanha e a Angela Merkel. Enfim, já conhecemos o primeiro-ministro – e se há alguma surpresa na frase é a referência a si próprio só vir em último lugar.»
(Editorial de hoje do "Público")