sábado, 10 de janeiro de 2009

Viena gelada

Impressões na mudança de ano

O prometido é devido.
Embora com um dia de atraso («O homem põe e Deus dispõe»), cá estão as impressões sobre alguns acontecimentos do final de 2008 e início de 2009.

JAIME SOARES não concorda com a decisão de Manuela Ferreira Leite de impedir os candidatos autárquicos de concorrerem à Assembleia da República. Li as declarações no "Público". Jaime Soares diz que os autarcas que forem eleitos para a Assembleia só lá podem estar seis meses; depois terão de optar. Para ele é tudo claro. Penso que faltou ao jornalista fazer duas perguntas: se optar pela Assembleia, não estará a enganar os eleitores do concelho (que votaram para que ficasse na Câmara)? e se optar pela Câmara, não estará a enganar os eleitores do distrito (que votaram para ficasse na Assembleia)? Claro que Jaime Soares nem sequer pensa nisso. É por estas e por outras que a credibilidade dos políticos está como está. Basta ler os comentários no "Público" para perceber como a realidade do dia-a-dia, das pessoas que trabalham e pagam impostos, é diferente da realidade política.

A DERROTA mais dolorosa da "minha equipa" aconteceu no sábado passado em Porto de Mós, como já relatei no blogue respectivo.

OS "FOGUETES DE LÁGRIMAS", como se dizia quando era miúdo, voltaram a Coimbra na passagem de ano. Vi à distância, no terraço de um amigo. Foram 13 minutos a queimar, bem mais (e melhor) fogo do que nas Festas da Rainha Santa, quando dezenas de milhar de pessoas visitavam a cidade. Crise?! Qual crise? (A mesma Câmara que gastou milhares de euros com os foguetes veio, dias depois, pedir aos cidadãos para oferecerem cobertores para distribuir aos sem-abrigo. Parece que andamos a brincar, num "país de malucos"...)

APROXIMAM-SE ELEIÇÕES e o "Diário As Beiras" foi ouvir os responsáveis concelhios dos partidos. Tenho lido os títulos e olhado as fotos. (Prometi a mim mesmo perder pouco tempo com as "tricas" da Política: eles dizem uma coisa, a malta vota neles e depois eles fazem outra, impunemente. Então, já que não é possível puni-los, pelo menos não me sinto enganado. Não leio, pronto. E quanto a ir votar... estou a reflectir.) Mas voltemos ao jornal e às entrevistas. Manuel Oliveira: «Encarnação saberá ouvir Concelhia PSD na escolha dos vereadores». Henrique Fernandes: «PS vai ganhar as eleições em Coimbra». Francisco Queirós: «Candidato será conhecido a 14 de Fevereiro». Luís Providência: «CDS garante estabilidade da coligação na Câmara de Coimbra». Estes foram os títulos de 1.ª página. Agora olhem para as fotos que os acompanham e digam-me o que acham. Para mim, a única afirmação que acolho sem reservas é a do dirigente comunista.

A BRIOSA continua, imparável, a caminhar para o abismo. O clube perdeu identidade e, como resultado disso, as bancadas do estádio situado dentro do ECC (Empreendimento Comercial do Calhabé) estão cada vez mais vazias. Esta semana, num jogo para a "Taça da Liga", terão estado 615 espectadores (números oficiais) ou 287 (contagem da Rádio Universidade). Ao que isto chegou! Há um amigo meu que está convencido que o sistema de contagem de espectadores soma os pés, mas que depois esquece-se de dividir o número por dois... Cá por mim, há cerca de ano e meio que decidi deixar de me deslocar ao estádio, porque não vou a sítios aonde me sinta maltratado. E como me sinto tratado de forma terceiro-mundista no estádio do Calhabé (se quiserem, eu explico porquê), deixei de lá ir. Mas fui pagando as quotas de associado da Briosa. Até há pouco.

LIXO na cidade é muito. A cidade está porca. Sobretudo em algumas zonas. Até pensei que tinha deixado de haver varredores. Mas não, não acabaram. Noutro dia encontrei vários deles, em plena actividade. Até tirei fotos aos homens, às vassouras e ao carro de mão. Sabem onde? Na Solum, nas imediações do "Dolce Vita". Na minha rua, na freguesia de Eiras, nunca os vi - e já lá moro há 13 anos. Ou seja, a "Coimbra dos ricos" tem varredores, a "Coimbra dos pobres" não tem. Porca miséria.

A OBRA DO ANO 2008 em Coimbra, para mim, é indiscutível: a rotunda da Estrada de Eiras. Uma beleza! Volto a escrever o que já aqui escrevi: o autor do projecto deveria ser distinguido e o seu nome conhecido de todos os conimbricenses. Foi construída, logo alterada e depois novamente alterada. Os acidentes sucedem-se. Os trabalhadores da Câmara estão no local repetidamente para "remendar" os estragos. É a obra mais acompanhada de sempre em Coimbra. Os veículos pesados vêm-se aflitos para a circundar, os camiões de abastecimento do "Minipreço" não conseguem entrar à primeira. É um óptimo local para recolher jantes, pára-choques e outros adereços automóveis. Basta passar perto das 8 da manhã para ver o espólio da rotunda aumentar. Tenho fotos de várias destas situações, que em breve aparecerão aqui no blogue. Bem sei que é uma simples rotunda. Mas é nas pequenas obras que, muitas vezes, se alicerçam as grandes políticas. A rotunda da Estrada de Eiras é exemplar.

CORTEJO DOS REIS voltou às ruas de Coimbra. Li os dois diários, pela manhã, e fiquei a saber que a cidade se alheara da iniciativa. Afinal, as notícias diziam uma coisa e a realidade tinha sido outra... Mais tarde, um amigo que se deslocara aos Olivais, para assistir à chegada dos Reis disse-me que muitas centenas de pessoas enchiam por completo a escadaria da Igreja de Santo António. Afinal, os jornais - pressionados pela hora tardia do cortejo e a necessidade de "fechar" as edições - falavam do início do cortejo; o meu amigo falou-me do final do cortejo. A "vida dos jornais" tem destes perigos.

O CHEQUE referia 25 euros em algarismos e «trinta e cinco euros» por extenso. A instituição bancária onde o cheque foi depositado decidiu devolvê-lo e debitar mais de 13 euros ao titular da conta. A proceder assim, não tenho dúvidas de que os lucros da Banca vão continuar a ser substanciais. O "caso do cheque" segue agora para o Banco de Portugal.

ASUS é marca de computadores de que nem quero ouvir falar. O computador de secretária, comprado há dois ou três anos, necessita de uma fonte de alimentação nova. Ando há dois meses a tentar comprá-la, já enviei uma dezena de e-mails para a Asus e... nada. Portanto, se comprarem um Asus, tiverem um problema como eu tive e ficarem com uma máquina quase nova inutilizada, não se queixem, por favor. Estão avisados.

«CARTÃO DE CONTRIBUINTE no país do Simplex» bem poderia ser o tema de um conto. Ou de uma novela. O cidadão que requereu a emissão de um cartão de contribuinte em Fevereiro de 2008 ainda continua à espera que as Finanças lho enviem. Afinal, só se passaram 11 meses!!! As televisões mostaram-nos um país de Empresa na Hora, Cartão do Cidadão, Simplex e Magalhães. A realidade, afinal, é bem mais negra. (Aliás, parece que uma televisão vai contar em breve este caso exemplar...).

CASO DO CONCURSO CAMARÁRIO. O tal que foi aberto durante três dias em pleno Verão. E que acabou em finais de Dezembro de forma pouco habitual. Prometo e cumpro: não falo nele. Mas penso que alguém deveria investigar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Regresso

Estou de volta.
Com o período das festas para trás, retomo o contacto com quem visita este espaço.

Amanhã vou tentar escrever sobre os assuntos que retive destas duas semanas:
- o desejo de Jaime Soares em ser e não ser deputado;
- a derrota mais dolorosa da "minha equipa";
- os "foguetes de lágrimas", como se dizia quando era miúdo, no Fim de Ano em Coimbra;
- as oportunas entrevistas que o Diário As Beiras está a publicar com os responsáveis partidários de Coimbra e a qualidade das fotos que as acompanham;
- os 300 (ou 600) espectadores no último jogo da Briosa;
- o lixo na cidade;
- a "Obra do Ano" de 2008 em Coimbra;
- a multidão no Cortejo dos Reis;
- o misterioso caso do cheque devolvido;
- a peça que a Asus não envia há dois meses.

Se tiver tempo ainda tentarei escrever sobre a rua em que vivo, que consegue um recorde digno do Guiness: nunca foi varrida nestes últimos 13 anos!

Quanto à "estória" do Cartão do Contribuinte, continua na mesma. Na mesma, não... Entretanto já se passaram 11 meses e as Finanças continuam a não emitir o cartão. (Será que se pode pedir uma indemnização pelos prejuízos que a situação acarreta?)

Estou mesmo a ver que, com tantos assuntos, nem sequer terei tempo de falar da entrevista (que não vi) do primeiro-ministro, nem sequer das iniciativas (bem "apanhadas") da Juventude Socialista a agitar a "paz podre política" em que vivemos em Coimbra.

Da "novela" do tal concurso camarário aberto durante três dias no mês de Julho é que, quase com toda a certeza, não escreverei. (Aliás, prometi a mim mesmo reduzir em 2009 o número de "temas tristes" aqui no blogue...)

Portanto, se quiserem cá voltar amanhã, haverá certamente muito para ler. E para deitar fora.