Imagine que há cinco candidatos à liderança de um partido político.
(Cinco? Sim. Mas, verdadeiramente, só três é que "contam para o totobola".)Imagine que, pessoalmente, faz parte de um grupo de 15 ou 20 militantes habituados a tomar assento à "mesa do Orçamento".
(Dizem-se humildes servidores da causa pública, mas - bem vistas as coisas - pouco mais fazem do que saltar de "cadeira" em "cadeira", tentando antecipar qual a que lhes garantirá o sustento.)Sempre que o partido decide mudar de liderança, o grupo sente-se ameaçado.
«Será que é desta que vamos ficar do lado de fora da "sala de jantar"?», pensam.
Mas, em pouco tempo, definem uma estratégia que os coloque a salvo de qualquer imprevisto.
Nem é difícil: cinco ou seis manifestam apoio ao candidato A, outros cinco ou seis apoiam o candidato B e os restantes cinco ou seis colocam-se ao lado do candidato C.
Vença quem vencer, quem ganha sempre é o tal "grupo de amigos"!
É também por isto que são (quase) sempre os mesmos que, há 30 anos, se sentam à "mesa do Orçamento".
NOTA: Claro que este texto não passa de pura ficção e nada tem a ver com a actualidade política portuguesa, mesmo que a estratégia aqui apresentada me possa ter sido eventualmente explicada por figura de "1.ª linha" de um dos maiores partidos políticos.Limitação de responsabilidade (disclaimer): Não sou actualmente, nem nunca fui, filiado ou militante em qualquer partido político.