Acaba de ser conhecido o castigo aplicado ao seleccionador português: 4 jogos de suspensão.
No Estádio José de Alvalade vi Scolari a tentar evitar que um jogador sérvio (que, entretanto, se soube que não é "flor que se cheire"...) criasse algum problema com Ricardo Quaresma.
E, depois, vi a mão fechada de Scolari em direcção ao sérvio. Foi mesmo à minha frente. Se lhe tocou (ou não), não percebi na altura. Mas vi a mão fechada, enquanto no rádio portátil ouvia comentadores a falar de uma palmada. Palmada, não.
As minhas reacções imediatas foram de surpresa e de vergonha.
Surpresa porque não esperava que Scolari tivesse uma atitude daquelas. Vergonha porque o seleccionador de Portugal, um homem já de cabelos brancos, optara pela reacção mais básica, mais animal.
No dia seguinte, na televisão, vi que Scolari respondeu a uma agressão do jogador sérvio. Diminui o grau de gravidade da atitude do seleccionador, mas não deixou de ser condenável.
Portugal não se pode dar ao luxo de ser conhecido internacionalmente como a equipa das simulações (das quedas por tudo e por nada) e das agressões.
Creio que a direcção da FPF perdeu boas ocasiões de actuar com firmeza aquando da agressão de João Pinto ao árbitro no “Mundial” da Coreia/Japão e da destruição do balneário em Toulon por parte da selecção de sub-21.
Desperdiçou depois o Euro’2004, que poderia ter sido uma oportunidade única para tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Milhões de euros (um escândalo!), no entanto, foram gastos em cimento e não houve um único cêntimo para promover o fair-play.
Os resultados estão à vista.
Scolari não tem condições para continuar a orientar a equipa portuguesa. Atendendo aos serviços prestados, deverá terminar esta fase de qualificação e, eventualmente, orientar a equipa na fase final do Euro’2008, a disputar na Áustria e na Suíça.
Mas, desde já, deve ser dito ao técnico brasileiro que a Federação portuguesa não conta mais com os seus serviços.
Defendo desde o início a presença de Scolari à frente da selecção. No entanto, os valores (como sejam a disciplina e o fair-play) estão SEMPRE em primeiro lugar.
(Post Scriptum – Scolari prestou serviços relevantes ao futebol português, como é o caso da conquista do 2.º lugar no Euro’2004, disputado em Portugal. Como também Humberto Coelho os prestou, ao conseguir o 3.º lugar no Euro’2000, jogado na Bélgica e na Holanda).
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