Ouço neste momento (17h10), na SIC Notícias, um secretário de Estado da Educação divulgar os "números da greve" dos professores.
Afirma que são «números recolhidos às 11 horas».
O Governo das novas tecnologias, das novas oportunidades, do "Simplex" e dos computadores Magalhães (mas que soma tantas "trapalhadas" que já lhes perdi a conta) demonstra ao país que anda atrasado. No mínimo, seis horas, porque às 5 da tarde só consegue divulgar dados das 11 da manhã.
Ou seja: na era da comunicação instantânea, deve continuar a utilizar os pombos-correio para a transmissão de mensagens.
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À hora do almoço, no restaurante, ouvi um governante (seria o mesmo das 5 da tarde?) dizer que as escolas estavam abertas, quando a questão colocada era saber se os professores estavam a trabalhar.
Falava-se de "alhos" e o homem respondia com "bugalhos". Que tristeza!
(Desejo que o senhor governante nunca precise de recorrer às "Urgências" num dia em que os hospitais se encontrem abertos mas os médicos estejam em greve...)
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[desabafo]
Estou farto deste Governo, que usa e abusa da arrogância, da ironia e do cinismo.
Farto!
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Não deixa de ser curioso que José Sócrates, que concluiu a formação escolar da forma atribulada que todos conhecemos, tenha no sector da Educação o seu caso mais bicudo.
Não deixa de ser irónico...
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Sei de uma escola que esteve hoje aberta.
Trabalharam 6 professores, 140 fizeram greve.
(Desconheço se o governante que está na televisão já conhecia estes "números" – e se os considera uma «derrota dos professores», como o ouvi dizer agora mesmo.)
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[outro desabafo]
Abandonei a carreira docente em 1991.
Para trás ficaram 13 anos de serviço como professor efectivo, de nomeação definitiva.
Fi-lo com alguma mágoa, porque gostava muito da profissão.
Mas – desculpem a imodéstia – foi uma das boas decisões que tomei na vida.
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