A NOTÍCIA
O Conselho de Ministro aprovou hoje uma resolução que aprova os princípios de bom governo das empresas do sector empresarial do Estado.
Entre as novas regras de bom governo estão a divulgação de remunerações dos gestores e dos planos de investimento, através do site da Direcção-Geral do Tesouro e Ministério das Finanças.
Creio que uma boa medida é divulgar o salário de todos os funcionários públicos.
Quem lhes paga (nós, contribuintes) tem o direito de saber.
9 comentários:
Porque raio é que eu, se comprar o Jornal "Centro", tenho direito a saber quanto é que o Mario ganha?
Não tem.
Porque o Jornal é uma Empresa, um Projecto Empresarial, privado, enquanto o Serviço Público depende dos impostos.
E a Cidadania implica o direito ao interesse e ao conhecimento de como são geridos os cofres públicos, em paridade com o dever de os alimentar.
O primeiro comentador incorreu num equívoco: eu não sou funcionário público.
Quem me paga (administradores e sócios da empresa), sabe quanto me paga.
É este princípio que julgo dever ser aplicado à Função Pública.
E nem me parece ser nada de extraordinário, porque as tabelas de vencimentos de uns 90% dos funcionários são conhecidas.
O problema está nos restantes 10%, que julgo ganharem muito mais e que, curiosamente, são os que normalmente se queixam...
(A terminar: deixei de ser funcionário público em 1991; mas nessa altura toda a gente poderia saber quanto ganhava como professor; o que estava na tabela e nem mais um tostão - nem automóvel, nem telefone, nem despesas de representação, nem acumulação com nenhum cargo em empresa pública, nem... nada).
Bem sei que o Mario não é funcionário público mas só queria mostrar que não são assim tão grandes as diferenças. Aproveitando o seu comentário apetece-me todavia insistir e dizer que quem lhe paga não são os administradores (esses também existem no funcionalismo publico e também sabem quanto pagam aos seus subordinados) mas sim o cliente que compra o jornal, portanto, pela mesma ordem de ideias teria o direito a conhecer o seu vencimento.
Já o direito ao conhecimento de como são geridos os cofres publicos, a que alude o meu ilustre "patrão", acaba onde começa o meu direito a não dar a conhecer o meu vencimento. Parece-me justo e razoável que o conhecimento se circunscreva aos valores gerais que os orçamentos anuais indicam.
Era realmente bom saber-mos quanto ganham os funcionarios publicos.
Estão todos a ganhar á custa dos privados, como eu, que contribuo afincadamente para o Estado.
O "funcionário público" volta a incorrer num equívoco: é que NINGUÉM é obrigado a comprar o jornal, mas TODA A GENTE é obrigada a pagar impostos.
Aí está a grande diferença.
(Se me deixarem ficar "de fora", sem pagar impostos, eu não me importo: já pago impostos em tudo o que consumo, no carro, na habitação, na água, no lixo, no gás, no estacionamento, as propinas, taxas nas consultas e nos hospitais, etc.,etc., e desconto para uma reforma que cada vez é mais pequena, se é que chegará a ser alguma... Até já pago para a linha do telefone atravessar o solo municipal e chegar a minha casa!!!)
Que bom seria se falassem do que sabem. O país está como está à custa da incompetência dos privados e de quem os dirige. É só subsídios a fundo perdido.
Não querendo alongar demasiado a questão apenas queria referir que, na minha opinião, o direito que assiste ao contribuinte é o de exigir retorno das contribuições pagas ao Estado e não o direito de alimentar os seus desejos voyeuristas relativamente aos vencimentos de quem é apenas um instrumento da aplicação dessas contribuições.
O que o senhor queria perguntar é quanto ganham os políticos ao serviço do Estado. As listas com os sálarios dos funcionários, categorias e niveis de salário, são publicadas, públicas e notórias. O senhor como jornalista devia sabe-lo. O que o senhor não sabe é quanto ganham os detentores de cargos públicos. Mas isso já é outro assunto. Agora pretender confundir funcionários ao serviço do estado, com os políticos com cargos de representação no Estado, é outra coisa. Sou funcionário público, trabalho seis dias por semana, (de segunda-feira a Sábado, por turnos) o que perfaz 48 horas/semanais e aufiro 1 500 euros mensais, se trabalhar ao Sábado, tenho direito a uma folga a gozar consoante a disponibilidade do serviço, com a redução de pessoal no meu sector, neste momento, tenho vinte folgas acumuladas de anos anteriores. Como vê, meter tudo no mesmo saco, cheira a chincana e a falta de sensibilidade em falar do problema. É que também na sua classe profissional e nas diversas empresas ligadas ao seu sector podemos argumentar que existe fuga ao pagamento integral dos impostos devidos. Por muito injustos que estes possam ser considerados!
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