quarta-feira, 7 de março de 2007

Julgamento: sim ou não?


Major à beira de um ataque de nervos

Valentim Loureiro ficou furioso quando soube que, juntamente com mais 23 arguidos, terá de sentar-se no banco dos réus. Pouco passava das 18 horas de ontem e no Tribunal de Gondomar já era certo que as escutas telefónicas do processo Apito Dourado não seriam declaradas nulas, o decreto-lei que pune a corrupção no desporto não seria declarado inconstitucional, assim como também já havia a certeza de que Pinto de Sousa, enquanto líder do Conselho de Arbitragem da Federação de Futebol, pode ser considerado funcionário público.

Na Câmara de Gondomar, o autarca e um dos principais arguidos do processo ficou à beira de um ataque de nervos, face ao frustrar da expectativa de o caso não chegar a julgamento. Afinal, a fase de instrução só serviu para lhe ser retirada acusação por um crime de prevaricação, relacionada com um processo de licenciamento de uma moradia particular em Gondomar. A acalmia só regressou parcialmente quando os advogados Amílcar Fernandes e Artur Marques foram reconfortar o major e o seu vice-presidente, José Luís Oliveira.

De resto, os árbitros Rui Mendes (o principal denunciante do processo), Aníbal Gonçalves e Sérgio Pereira foram os únicos ilibados. Terão, no entanto, de depor como testemunhas arroladas pela acusação no julgamento que se seguirá. Testemunha também será Carolina Salgado, a ex-companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa, que depôs, na instrução, sobre as relações de amizade de Pinto de Sousa com o presidente do F. C. Porto e Valentim.

Por outro lado, para manter as acusações contra o autarca por crimes de corrupção activa sob a forma de cumplicidade, o juiz manteve a ideia defendida pelo procurador-adjunto do Ministério Público de Gondomar, Carlos Teixeira.
(excerto de texto de Nuno Miguel Maia, publicado hoje no "Jornal de Notícias")

COMENTÁRIO: E eu que pensava ter ouvido noutro dia Valentim Loureiro a dizer que queria ser absolvido em tribunal, para que não restassem dúvidas a ninguém sobre a sua conduta... Claro que posso ter ouvido mal. Ou a notícia vir a ser desmentida.

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