Facto n.º 1 : a grande maioria dos jogos que se disputam em Portugal é de má qualidade.
Facto n.º 2: os melhores futebolistas portugueses jogam no estrangeiro.
Conjugando estas duas realidades, percebe-se com facilidade que quem gosta verdadeiramente de futebol não deve perder um jogo da selecção nacional.
Por um lado, porque é uma oportunidade de ver os melhores jogadores portugueses; por outro, porque é elevada a probabilidade de assistir a um bom espectáculo.
Há anos que tento assistir a todos os jogos da selecção em Portugal.
E o saldo é francamente positivo. Não me lembro de um jogo mau e recordo algumas exibições memoráveis, caso do Portugal-Inglaterra, no Estádio da Luz (Euro 2004), e do Portugal, 7 – Rússia, 1 no Estádio de Alvalade.
Ontem, novamente em Alvalade, a selecção portuguesa brindou os 49.007 espectadores com 45 minutos de grande brilho, que levaram o estádio quase à loucura.
Compreendo que o clubismo de alguns adeptos (ou, se o preferirem, o fanatismo clubístico) os leve a acompanhar os jogos dos seus emblemas preferidos, mesmo quando esses jogos são maus espectáculos - um domingo atrás do outro, uma época atrás da outra.
Eu não tenho essa capacidade. Tento perceber o valor sócio-desportivo dos clubes, reconheço nalguns o papel de “embaixadores” disto ou daquilo, mas não sou adepto indefectível de nenhum.
É por isso que já por mais de uma vez escrevi que as minhas equipas são duas: aquela onde joga o meu filho e a selecção nacional.
Tento ter um olhar racional sobre o futebol. É verdade que o jogo é emoção, paixão. Mas o adepto não deve ser parvo. Eu, pelo menos, tento não o ser. E utilizo a única arma que tenho: entro nuns estádios, noutros… não.
(Ou por outras palavras: com o meu dinheiro só "brinca" quem eu quero. Mas isso são histórias para contar um dia destes).
AMANHÃ – Relato da viagem a Alvalade e do espectáculo (fantástico!) que se viveu antes do Portugal-Bélgica.
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