Ontem, ao contrário do habitual, foi dia de votações na Assembleia da República. Esta quarta-feira, não se poderá, por isso, repetir a cena triste do ano passado, quando dos 230 deputados, 79 faltaram à votação em resultado de uma fuga massiva para gozarem férias antecipadas.
Este ano, o Presidente da Assembleia ficou livre de embaraços.
Não terá de voltar a requerer justificações de faltas aos colegas nem se verá obrigado a marcar, outra vez, dezenas de faltas injustificadas e menos ainda a recusar algumas justificações por falta de fundamento.
Mas Gama sai de novo a perder, ao mostrar-se incapaz de evitar, pelo segundo ano consecutivo, o desprestígio da instituição a que preside. Para que não se repetisse a vergonha do ano passado, com a sala praticamente vazia, e para que não se voltasse a ouvir nos media a vozearia contra a bagunça parlamentar, este ano, a Conferência de Líderes decidiu antecipar num dia as votações.
Ficou salva a honra do convento? Não ficou.
Foi mais um tiro no pé de uma classe política altamente desprestigiada. O estratagema vem apenas confirmar o que se temia: incapazes de impor disciplina e de impedir a repetição do desastre, os líderes parlamentares optaram por facilitar a fuga, antecipando a previsível repetição da escandaleira.
É caso para dizer, que é mau demais, mas é verdade.
(*) - texto de Graça Franco, jornalista da Rádio Renascença, divulgado esta manhã na "página 1"
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