terça-feira, 19 de junho de 2007
O aeroporto de Lisboa
Um dos meus sonhos de menino nascido na Baixa coimbrã era (continua a ser!) o de conhecer Mundo.
Desde tão novo que não me lembro quando, recusei-me sempre a reduzir o "espaço vital" à zona em redor da Rua das Padeiras, entre o Arnado e o Romal, a Praça 8 de Maio, a Portagem e a beira-rio. Com umas saltadas ao Zagalho e a Friúmes, e duas semanas por ano no Casal da Areia (Buarcos).
VIAGENS
Tive sorte – comecei a viajar cedo. Primeiro, com o grupo de teatro do Liceu D. João III, com espectáculos todos os anos na zona de Vigo; e em espanhol. Aprendi a língua e ganhei o gosto. Depois disso, duas grandes viagens: à Madeira (15 dias) e a Angola (45 dias), em resultado de concursos promovidos no liceu.
A primeira deslocação paga pelos meus pais e por mim (com o dinheiro dos trabalhos que ia fazendo) foi a viagem de finalistas, em Março de 1974, a Andorra, quando a DGS riscou um nome na folha chamada de "passaporte colectivo" - e o Sérgio (que Deus o tenha em descanso) viu-se obrigado mesmo a ficar em Coimbra.
Vieram depois as viagens a propósito de arbitrar jogos (uma dúzia, todas à Madeira), as reportagens no estrangeiro e aquela que considero "a viagem da minha vida", a convite da União dos Jornalistas Católicos: cinco semanas, de Berlim a Kiev, poucos anos depois da queda do Muro.
E outras, com a família, até à fronteira com a ex-Jugoslávia, onde ficou o quase-novo Rover, no fundo de uma latada.
Nos últimos anos, o facto de trabalhar numa revista com ligações a Itália e da minha filha ter estado a estudar no estrangeiro obrigaram a maior número de viagens. E o "Mundial" de futebol de 2006 também me fez viajar até à Alemanha. Infelizmente, não regressei a Berlim, embora tivesse bilhete para a final... se Portugal lá chegasse.
Optando por viajar ao menor custo possível, tenho utilizado frequentemente os serviços de companhias "low cost", que por norma utilizam aeroportos secundários. Foi assim que já aterrei em Beauvais (Paris), Stansted e Luton (ambos nos arredores de Londres), em Veneza, Milão (Linate), Génova, Pisa, Roma (Ciampino) e Bolonha. Mas também viajei para os grandes aeroportos de Milão (Malpensa), de Roma (Fiumicino), de Bruxelas e de Londres (Gatwick).
O NOVO AEROPORTO
Não sou técnico, nem o assunto do novo aeroporto de Lisboa me interessa especialmente. Vou assistindo ao processo com um sorriso...
Mas há muito que tenho uma ideia: o que interessa à Região Centro é abertura da base militar de Monte Real à aviação civil. Isso, sim, é que favoreceria o desenvolvimento sócio-económico.
Quanto ao novo aeroporto de Lisboa ser construído em Alcochete ou na Ota, pouca diferença me fará. Até porque, ultimamente, tenho optado por viajar do Porto (aeroporto Francisco Sá Carneiro), dada a proximidade e a facilidade de acesso por estrada ou por comboio/metro. E o aeroporto está um luxo!
E tenho outra certeza: o aeroporto da Portela não deve ser desactivado. É isso que tenho visto por toda a Europa.
AEROPORTOS NA EUROPA
Só para se ter uma ideia, apresento as distâncias a que se encontram do centro da cidade os aeroportos das capitais europeias mais próximas (juntando-lhe os de Milão).
Madrid – Barajas: 12 km
Paris – Orly: 14 km
Paris – Charles de Gaulle: 23 km
Paris – Beauvais: 88 km
Londres – Heathrow: 28 km
Londres – Gatwick: 47 km
Londres – Stansted: 58 km
Londres – Luton: 51 Km
Roma – Fiumicino (Leonardo Da Vinci): 32 km
Roma – Ciampino: 15 km
Milão – Malpensa: 45 km
Milão – Linate: 7 km
Milão (Orio Al Serio - Bérgamo): 45 km (5 km de Bérgamo)
Bruxelas: 15 km
Ou seja: onde foram construídos novos aeroportos, os antigos não foram destruídos e continuam a funcionar. As excepções são Madrid e Bruxelas, porque só têm um aeroporto – que está praticamente dentro da cidade.
Aqui fica o meu modesto contributo para a polémica em curso.
Tenho uma sensação: se aqueles que decidem viajassem mais na Ryanair, na Easyjet, na Virgin ou mesmo na Portugália... eram capazes de encontrar mais rapidamente a solução para o problema. A melhor solução.
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