sábado, 8 de março de 2008

Portugal, "porca miseria"

Deplorável é a palavra mais "meiga" que encontro para classificar a forma como Augusto Santos Silva se referiu ontem, em Chaves, aos manifestantes que o aguardavam e aos professores em geral.

(Luiz Carvalho, no "Instante fatal", é bastante duro e classifica-o de "Democrata de sarjeta". Leia aqui.)

Não tenho dúvidas que o actual Governo é o mais arrogante da história democrática portuguesa, deixando "a milhas" de distância os últimos anos do consulado de Cavaco Silva.

Também não tenho dúvidas que este Governo é tão socialista como eu sou piloto de aviões. É o Governo mais à direita de que me lembro. Forte com os fracos, fraco com os fortes.

Trinta e quatro anos depois de Abril regressa o fantasma do delito de opinião, as famílias (pais, filhos, primos, irmãos, tios, cunhados...) abocanham o mais que podem "à mesa do orçamento", a corrupção está instalada, o compadrio afasta o mérito e promove a mediocridade acéfala, acentua-se a desigualdade social.

As hipóteses de regeneração do sistema parecem cada vez mais remotas.
Perdeu-se a noção dos valores. É o tempo do "chico-espertismo".

Os tempos são deprimentes.
Cada vez me sinto mais um refugiado no meu próprio país.
Sou daqui, estou aqui, mas é-me estranha toda esta realidade.

Como diriam os italianos, "porca miseria".

(Este é o texto n.º 1.000 d'A Página do Mário. Começa a ser tempo de pensar em "descansar"...)

1 comentário:

A. João Soares disse...

Os governantes são arrogantes, porque é humano as pessoas inferiores, quando vestem um fato novo ficam muito inchadas de vaidade. Abusam do poder. Mas com o ministro referido no post é preciso acrescentar outro o factor, o de ter sido convidado para uma reunião do «Clube Bilderberg», os senhores do mundo, como intitula o seu livro o escritor Daniel Estulin (Círculo de Leitores). Ele colaborará na «implacável subjugação da população por parte dos seus governantes» Ajudará ao «nascimento de um Estado policial mundial que transcende o pior pesadelo de Orwell, com um governo invisível, omnipotente, que puxa os cordelinhos na sombra». O referido livro ajuda a compreender muita coisa. Nada acontece por acaso.
Procurar defender as populações ou os interesses nacionais, já são bobagens de velhos lunáticos, idealistas utópicos, como eu!!! Os políticos estão muito condicionados por forças ocultas, o verdadeiro Poder...
Abraço

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