quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sócrates condenado em tribunal

O primeiro-ministro José Sócrates foi condenado, na semana passada, pelo Tribunal da Relação de Lisboa, a pagar 10 mil euros de indemnização ao jornalista José António Cerejo, grande repórter do Público, por danos não patrimoniais.

Em causa está uma carta publicada no diário em 2001, da autoria de José Sócrates, na altura ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território. Este acusava José António Cerejo de ser «leviano e incompetente», de padecer de «delírio» e de servir «propósitos estranhos à actividade de jornalista».

«Esta decisão vem mostrar que os políticos não ficam sempre impunes, e vem mostrar que está a falhar a estratégia delineada por José Sócrates há sete anos para combater jornalistas que o incomodam à base do chicote e da intimidação», afirmou à Lusa José António Cerejo.
(in "Público")

José Sócrates vai recorrer do acórdão que o condenou a pagar 10 mil euros a José António Cerejo, noticiou ontem a Lusa.

COMENTÁRIO: Assim se vão calcorreando os Caminhos da Liberdade no Portugal do século XXI. Como é evidente, coloco-me do lado dos que apoiam o jornalista do "Público". José António Cerejo tem ajudado a escrever a história da Democracia portuguesa dos últimos anos e como tal merece o maior respeito. Felizmente que há pessoas como ele para nos ajudarem a continuar a acreditar na Imprensa Livre, indispensável a uma sociedade democrática. Ao mesmo tempo, José Sócrates vai coleccionando "estórias" inéditas num primeiro-ministro português: o "caso do diploma" («em dia de missa», como escreveu Luiz Carvalho), o "caso dos projectos", o "caso do fumar no avião" e, agora, o "caso da condenação", apesar desta ainda não ter transitado em julgado. Nunca tal se tinha visto cá pela terrinha!

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