segunda-feira, 7 de julho de 2008

Orgulho de pai (II)

Aproximando-se o final do 2.º mandato como presidente dos Estudantes Democratas Europeus (EDS), a minha filha encontra-se esta semana em "visita de estudo" a Israel, a convite de responsáveis israelitas.

Daqui a menos de 15 dias, será substituída no cargo, durante a Assembleia Anual do organismo, em Malta, não se sabendo quem lhe sucederá, já que existem três candidatos.

Há pouco mais de uma semana, esteve em Paris, onde foi recebida no Palácio do Eliseu. É desta cerimónia a fotografia que hoje enviaram e aqui publico.
Recepção ao "Bureau" do EDS pelo Presidente francês no Élysée

Foi a primeira vez que um português (no caso, uma portuguesa) assumiu a liderança dos EDS, organismo que representa cerca de meio milhão de estudantes de toda a Europa, do Atlântico aos Urais.
Anteriormente, tinha sido vice-presidente durante três mandatos, o que significa que foi eleita pela primeira vez com 20 anos, facto inédito na história dos EDS.

Apesar da dupla periferia que a afecta (é de Portugal... e de Coimbra), e do esforço acrescido que esta desigualdade acarreta (basta pensar no desgaste das viagens), a Ana tem desempenhado o cargo com grande responsabilidade e invulgar dedicação, facto que lhe valeu a reeleição no ano passado, face a um candidato alemão.

Os "dias da presidente" começam sempre antes das 7h00 (no outro extremo da Europa já são quase 10h00...) e terminam muito tarde.
As deslocações à sede do organismo, em Bruxelas, são frequentes. Há que assegurar o funcionamento da estrutura, tratar de aspectos burocráticos, apresentar candidaturas, acompanhar a "vida financeira" e a edição de publicações, assinar documentos, organizar encontros e sessões de estudo, programar deslocações, avaliar iniciativas, participar nas reuniões plenárias do Partido Popular Europeu, elaborar relatórios e orçamentos.
Mesmo agora, quando sabe que não pode ser reeleita por determinação estatutária, não deixa de cumprir os seus compromissos com rigor, facto não muito vulgar num jovem da sua idade, pelo que me tem sido dado perceber em variadas ocasiões.

Chegou o "tempo das despedidas". Há cerca de dois meses, em Bruxelas, falou no plenário do PPE, tendo ouvido referências elogiosas ao seu trabalho por parte do respectivo presidente.
No mês passado foi editado o último número sob a sua responsabilidade da revista dos EDS, que coordenou desde 2003.
Neste momento, prepara a publicação do "Relatório Anual 2007-2008" e a transição de poderes para o novo presidente, porque é assim que deve ser e porque ela sabe as dificuldades que teve (e os problemas que encontrou) quando assumiu o cargo.

A mais recente campanha lançada pelos EDS

Aos 25 anos, a Ana completou há dois anos a licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra com elevada classificação (15 valores) depois de ter estado um ano a estudar em Siena (Itália), faz parte das Mondeguinas e do Orfeon Académico da Universidade de Coimbra, foi dirigente da Associação Académica de Coimbra e há vários anos que integra a direcção nacional da JSD, onde desempenhou diversas funções e actualmente é responsável pelas Relações Internacionais. Nas últimas eleições partidárias foi a mandária distrital para a Juventude de Pedro Passos Coelho.

É minha filha e, por isso, olho para ela de maneira diferente. É inevitável.
Mas isso não me obriga a ser hipócrita ou falsamente modesto.

Independentemente das opções políticas que tem tomado, considero-a um exemplo para os jovens – exemplo de participação cívica, exemplo de responsabilidade, exemplo de conciliação entre as tarefas escolares e os interesses sociais.

O exemplo da Ana ainda se torna mais valioso num tempo em que, na nossa sociedade, é comum ver valorizada a mediocridade arrogante e atrevida, que na maior dos casos só vai (sobre)vivendo à custa dos apelidos paternos ou maternos.

Não é, obviamente, o caso da Ana.
Ela tem, por isso, motivos para se sentir feliz com o que vai realizando.
E nós, a família, felizes por (e com) ela.
Mais: orgulhosos.

4 comentários:

Ondina Paiva disse...

É natural, eu diria até "umbilical", esse imenso orgulho de pai.
Eu própria, que não sou familiar da Filipa, fico muito feliz por todas as batalhas travadas e por todas conquistas dela.
Sempre foi uma menina inteligente! Conheci-a quando tinha apenas 4/5 anos e já nessa altura a achava uma menina "prodígio".
Estão de parabéns pai e filha.
Beijocas

Anónimo disse...

Bem justificado o orgulho do Pai, da Mãe, do Irmão e da restante Família. Mas também dos amigos que, como é o meu caso, a viram crescer e que estão certos de que a sua brilhante carreira ainda agora está no início!
JC

Anónimo disse...

Sempre ouvi dizer que os filhos são fruto do meio onde são criados. Está toda a familia de parabéns. Muito sucesso. Beijinhos para todos.

Cristina Gama

Anónimo disse...

Também eu fico feliz, por ela e epelos páis, a quem envio um abraço. Jamais esquecerei aquele brilhosinho nos olhos de seu AVÔ, meu querido irmão, sempre que me falava dos netos, e do orgulho que sentia por todos eles.