O judoca João Neto estuda e treina em Coimbra. Recentemente conquistou a única medalha de ouro portuguesa na Taça do Mundo disputada em Lisboa. Compro o “Diário de Notícias” e o “Record” e leio em ambos o segunte: “João Neto da ACM (Torres Novas)”. Telefono para a Federação Portuguesa de Judo e confirmo o que já suspeitava: o atleta não está inscrito em Coimbra.
O meu lamento.
1 comentário:
ACM cá e lá: lamentar não é suficiente
Um filósofo defendeu um dia que todo o argumentador que se preze deve problematizar em torno de três momentos: investigação, análise e divulgação. Deixando de lado a divulgação (da qual somos exemplo aqui), a investigação e análise podem ser entendidas como a capacidade de indagar, decompor e explicar a realidade que nos circunda, para se poderem expor conclusões ou hipóteses com algum rigor. Lamentar uma situação não é suficiente.
Quando se divulga com espanto que uma medalha foi conquistada pelo judoca conimbricense João Neto – que nasceu, reside, estuda e treina em Coimbra – em representação da ACM de uma cidade que não a sua (na qual está inscrito), convém investigar e analisar as causas que terão levado a tão bizarra circunstância.
Por que razão é preciso investigar, analisar e só depois divulgar? Certamente porque já na Antiguidade os gregos sabiam que há uma grande diferença entre ter opiniões e possuir conhecimento. Podemos ter opiniões correctas simplesmente por sorte, ou então por fé, mas elas não constituem “saber”, por carecerem de fundamento racional. Quando o nosso objectivo é conhecer com seriedade, não nos podemos ficar no nível declarativo, devemos antes pesquisar, destrinçar e aí sim, manifestar. Os acemistas agradecemos profundamente que assim seja feito.
Graciano Marques
Secretário-Geral da ACM de Coimbra
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