quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Texto brilhante

O director do "Campeão das Províncias", Lino Vinhal, publica na edição de hoje daquele semanário um texto de qualidade superior, cuja leitura recomendo vivamente.

Num editorial intitulado "O nosso rumo", Lino Vinhal - pessoa que me habituei há muito a admirar, pelo sentido jornalístico e pela capacidade empreendedora - faz uma reflexão sobre diversos aspectos da comunidade coimbrã.

Com a devida vénia, trago aqui três excertos. O "link" para o texto completo está no final das transcrições.

* * * * *

A Imprensa regional portuguesa atravessa um período deveras preocupante. O Governo aprovou um conjunto de diplomas que aguardam publicação, uns, promulgação, outros, todos eles lesivos não só dos direitos anteriormente reconhecidos como prejudiciais a vários tempos: desde logo porque parte dos pequenos jornais vai acabar; depois, porque ao terminar completamente com o porte pago para o estrangeiro torna impossível que a comunidade portuguesa continue a manter com o país e com a sua terra a ligação que os jornais lhe permitiam até agora. (…) Uma opção claramente errada, explicada para poupar meia dúzia de tostões mas que constitui um forte, cerrado e lesivo ataque à divulgação da língua portuguesa pelo mundo.

* * * * *

Façamos fé no princípio da presunção de inocência e estaremos certos que Coimbra inverterá um rumo que estava a tomar e contra o qual nos propusemos assumidamente lutar. Coimbra não é uma terra qualquer. Chamem-nos provincianos, chauvinistas, parolos, tudo o que quiserem. Nem nos aquece nem arrefece. Mas assumimos claramente que esta é uma terra diferente. Para melhor. A cultura começa e passa pelo postura dos homens e dissociá-la da parte comportamental é ter dela um visão estreita que não partilhamos.

* * * * *

A certa altura, talvez na última dúzia de anos, surgiu em Coimbra uma geração de jovens políticos, frequentando os espaços partidários de um imaginário bloco central, que, de inegável capacidade intelectual, sonharam enriquecer depressa e à pressa. Foi-lhes dado, seguramente de boa fé, algum espaço de manobra e foi um descalabro. Gastaram mal gastos rios de dinheiro do erário público, aqueles que por ali passaram. Estabeleceram cumplicidades e compadrios que encheram os bolsos dos amigos.

(o texto completo está aqui)


Sem comentários: