Coimbra não era, normalmente, motivo de notícia nos meios de comunicação social nacionais.
Passavam-se meses e meses, anos e anos, sem um referência. E quando ela surgia era, geralmente, devido a uma nova técnica cirúrgica ou a qualquer daqueles acontecimentos que são sempre notícia - o acidente, a inundação, o incêndio, a derrocada de um prédio.
Nos últimos tempos, porém, tudo mudou.
Coimbra aparece regularmente nos grandes "media". E pelos piores motivos.
Ontem, a capa do "Sol" era dedicada ao negócio do prédio dos CTT na Avenida Fernão de Magalhães.
No "Expresso", no caderno de Economia, uma página inteira dedicada às contas da Lusitanea.
Outro assunto presente com regularidade nos jornais nacionais ("Jornal de Notícias" e "Correio da Manhã" são dois exemplos da semana passada) refere-se à construção dos "Jardins do Mondego" e aos crimes de que é acusado o presidente da Académica/OAF.
Ainda há bem pouco eram as notícias sobre o parque de estacionamento da "Bragaparques" (que, inexplicavelmente, continua a ostentar a placa da Loja do Cidadão quando nada tem a ver com ela...).
Eu, conimbricense por nascimento e por vontade própria, não me revejo nesta face de Coimbra.
Mais: não gosto - creio que ninguém gosta... - de ver o nome da minha cidade arrastado pela lama.
Os tribunais dirão de sua justiça. Por outro lado, não sei se a corrupção é um fenómeno tão generalizado na sociedade portuguesa como as constantes notícias sobre Coimbra fazem querer; afinal, o que acontece na minha cidade aconteceria em todas as outras e em idêntico grau.
O que sei é que esta explosão de "casos" em Coimbra é recente.
Talvez aqui esteja um bom motivo de estudo para os sociólogos - cá da terra ou de fora.
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