quarta-feira, 4 de junho de 2008

Era uma vez...

Havia uma empresa que concorria habitualmente a concursos públicos e que, a partir de dada altura, começou a ganhá-los com grande regularidade, para espanto e desespero das suas concorrentes, até então mais preparadas para tal. Isso permitiu-lhe grandes lucros, a contratação dos melhores técnicos, o investimento em novas tecnologias. Passou a ser a maior empresa do ramo e a ganhar concursos com toda a naturalidade. Ao invés, as suas concorrentes, que muito haviam investido anteriormente no ramo, começaram a ter que despedir pessoal, a reduzir custos, a ter maiores dificuldades em ir a concursos, a entrar em dificuldades financeiras.
Até que, um dia, os rumores que há muito corriam vieram a revelar-se verdadeiros. Foi provado que essa empresa tentou corromper alguns dos decisores dos concursos. Acabou por ser condenada, embora a uma pena ligeira, já que não foi provado que as vitórias nos concursos haviam resultado dessa corrupção. Mas, nessa altura, já a empresa, embora publicamente mal vista, não tinha concorrência no ramo. E assim pode continuar a ganhar, mesmo sem necessidade, pelo menos aparentemente, de ajudas menos sérias. Só a nível de concursos internacionais é que passou por um mau bocado. A União Europeia, sabendo da condenação, impediu-a de concorrer aos seus concursos durante um lapso de tempo.
Não sei porquê, esta história lembra-me o futebol português…
(transcrito do "site" do Expresso)

1 comentário:

Ondina Paiva disse...

Este é o exemplo real dos critérios e parâmetros de avaliação utilizados por este governo, na grande maioria dos casos,para distinguir o MÉRITO e a EXCELÊNCIA de pessoas singulares,empresas ou serviços públicos.
Estamos no bom caminho...O melhor é comprarmos alguns metros de língua para lamber os sapatos dos chefes.