«Há uma crise recente que é financeira, mas há uma crise crónica instalada em Portugal há dez anos. É a crise dos valores, a corrupção no sentido mais entranhado na estrutura do regime, a promiscuidade dos interesses do Bloco Central, a vida dupla de muitas figuras públicas que dão a cara para ganhar votos e manter poleiros, e a outra que é a dos negócios, do poder do dinheiro.
O que hoje se dá a ver é que, afinal, a crise financeira está a destapar o lençol a muitas figuras que estiveram a fingir de cadáveres políticos, mas que continuavam a trabalhar pela calada nas maiores obscuridades.
E se o BPN foi a Dona Branca dos nossos colarinhos brancos, ainda vamos saber mais, muito mais.»
Luiz Carvalho, no "Instante fatal", o blogue que mais admiro.
1 comentário:
Alguém tem dúvida que a sociedade feudal mais antiga da Europa está radicada em Portugal, desde sempre, e continua dividida em três grandes ordens?
A primeira compreende os integrantes do clero, que cuidam da fé cristã, a segunda reune a nobreza por um todo, os guardadores da riqueza e dos lugares de topo do país e a última ordem, aquela que continua constituída pelos servos, que trabalham para sustentar as ordens supracitadas.
A mobilidade social praticamente é inexistente. Há rígidas tradições e vínculos jurídicos que determinam a posição social de cada indivíduo desde o nascimento (o padrinho).
Nesta sociedade feudal, a honra e a palavra já não têm tanta importância assim. Desse modo, os senhores feudais ligam-se entre si por meio de um complexo sistema de obrigações e tradições.
A fim de obter protecção, os senhores feudais geralmente procuram por outro senhor mais poderoso, jurando-lhe fidelidade e obediência. Chama-se vassalo, o senhor feudal que pede protecção a outro, mas em troca, terá toda a conivência do seu senhor, doa a quem doer.
Essa aliança deverá ser consolidada pelo senhor mais poderoso, o suserano, por meio da concessão de um feudo, que pode ser constituído de terras ou de bens (materiais dos mais diversos tipos) ou de ambos.
Deu para perceber que está retratada a sociedade portuguesa do século XXI?
Há verdades incomensuráveis!!!
Ondina Paiva
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