terça-feira, 19 de maio de 2009

Política sem poesia (*)

Este fim-de-semana li a notícia de um homem que pediu para ser preso. Já tinha feito a experiência e queria regressar. A polícia recusou. Inconformado, partiu os vidros da esquadra e acabou detido.

Este caso lembra-me o profissional da política (que gosta de fingir ser outra coisa) Manuel Alegre. Em voz trovejante, clama que se sente tolhido porque o PS já não é de esquerda. Mas, tal como o homem que tudo faz para regressar à prisão, Alegre não é capaz de sobreviver fora do oxigénio do partido que fez dele gente – quando parece ficar com um pé do lado de fora, Alegre, afinal, está a tentar meter-se ainda mais para dentro. Teatralidades à parte, Alegre está no bolso de Sócrates porque não é suficientemente alegrista para as expectativas que procriou.
(*) Carlos Abreu Amorim, jurista

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