«Os salários vão baixar, as reformas ficarão ainda mais miseráveis, o desemprego não vai parar de crescer, a economia continuará a rastejar e o endividamento das empresas, das famílias e do Estado atingirá níveis que nem os mais pessimistas conseguiram adivinhar. No meio desta imensa desgraça, com muitos consensos e discursos patrióticos cheios de mentiras, não há uma alma caridosa que explique aos indígenas que esta miséria, que nem chega a ser franciscana, veio mesmo para ficar. No meio deste imenso pântano económico, social e político não há uma alma caridosa que explique aos indígenas algumas coisas simples sobre as suas vidas nos anos que aí vêm. Vão ficar mais pobres e nem de TGV conseguirão atingir os níveis de vida europeus. Antes eram pobretes mas alegretes. No futuro serão ainda mais pobretes e só os parvos continuarão alegretes.»
António Ribeiro Ferreira, hoje, no "Correio da Manhã"
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