quarta-feira, 6 de maio de 2009

João Cravinho, os partidos, o dinheiro e a corrupção

«João Cravinho apelou ontem à intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, na nova lei de financiamento dos partidos, por entender que o diploma é “um atentado ao bom funcionamento das instituições democráticas”. Em declarações no seu espaço semanal de opinião na Renascença, o socialista disse ainda que a lei é “uma pouca vergonha” e uma “porta aberta à corrupção”. (...)

“Abrir a porta a uma entrada de dinheiro 1.250.000 euros, sem qualquer fiscalização sem qualquer contraprova?”, questionou. E acrescentou: “Mais vale dizer que está aberto o leilão à corrupção, porque é isto mesmo que se trata. É uma pouca vergonha. É uma provocação”.
“Espantar-me-ia que o Presidente da república achasse isto tudo bem e não tivesse qualquer reparo a fazer”, assumiu, citado pela Renascença.»
(in "Público")

Quem sou eu, ao lado de tão ilustre político do Partido Socialista, para pensar o mesmo?
No dia 30 de Abril, aqui no blogue, num texto intitulado "Portugal está a bater no fundo", escrevi o seguinte:
«A minha opinião: esta nova lei de financiamento dos partidos é uma vergonha. Vergonha!
Há poucos anos, aumentou-se o financiamento público dos partidos (argumentando que eram os "custos da Democracia") para evitar os donativos, já que são terreno propício a toda a espécie de corrupção.
Pois agora, com os bolsos cheios do dinheiro dos contribuintes (que paga toda a espécie de gastos extravagantes dos aparelhos partidários), os responsáveis políticos fazem marcha-atrás e voltam a estender a mão aos donativos.
Repito: isto é uma das maiores poucas-vergonhas de sempre da classe política.»

Hoje, ao ler as declarações de João Cravinho, sinto-me confortado.
Afinal, não estou maluco. Felizmente.

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