Hoje à noite, na SIC Notícias, não perca a "Quadratura do Círculo".
Jorge Coelho, ministro socialista ao tempo do início da construção da mais célebre ponte de Coimbra (a Ponte Europa, que acabou por ser inaugurada com o nome de Ponte Rainha Santa Isabel), vai abordar a questão da desigualdade salarial no nosso país.
A análise de Jorge Coelho chega a ser arrebatadora: o problema não está em quem ganha muito, mas sim em quem ganha pouco. Portanto, não há que limitar os altos salários, antes aumentar os salários de miséria que milhares e milhares de portugueses continuam a receber.
(Não sei porquê, mas a argumentação de Jorge Coelho conduziu-me por momentos aos tempos gloriosos de 1975, às lutas do MRPP contra o revisionismo soviético e o social-fascismo, etc., etc.)
Para quem leia estas linhas fora do "contexto português", saliento que Jorge Coelho é correlegionário de José Sócrates, cujo Governo acaba de decretar aumentos de 2,1 % (que toda a gente sabe serem inferiores à inflação) para os funcionários públicos.
Jorge Coelho também pertence ao mesmo partido de Almeida Santos, que ao receber recentemente um doutoramento na Universidade de Coimbra se manifestou contra o facto de Portugal ser o país europeu onde a desigualdade social mais tem aumentado.
Almeida Santos, há décadas figura de topo da política portuguesa, personalidade com reconhecida influência no PS e na sociedade, conseguiu porém que a minha consciência ficasse muito mais sossegada. Depois das palavras que ele proferiu na Sala Grande dos Actos, a minha "responsabilidade social" diminuiu tanto que se tornou quase nula – afinal, nunca desempenhei qualquer cargo político em Portugal. Nem noutro lado qualquer.
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